CPFL Energia Registra Aumento no Lucro do Terceiro Trimestre
A CPFL Energia anunciou um crescimento no lucro do terceiro trimestre, mesmo enfrentando um cenário desafiador e perdas em seu setor de geração renovável. O CEO da empresa afirmou à Reuters que uma solução para o ressarcimento devido aos cortes na produção de suas usinas eólicas está próxima.
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Na quinta-feira (13), a elétrica, controlada pela chinesa State Grid, reportou um lucro líquido de R$ 1,38 bilhão, representando um aumento de 3,3% em relação ao ano anterior. O resultado também superou a expectativa média de analistas, que era de R$ 1,14 bilhão, segundo a estimativa IBES, da LSEG.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 0,3% na comparação anual, alcançando R$ 3,16 bilhões, também acima da previsão do mercado de R$ 2,98 bilhões.
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Resultados e Desafios da Geração de Energia
Os resultados trimestrais foram impulsionados pela redução na provisão para devedores duvidosos, melhorias nos indicadores de perdas e reajustes tarifários. No entanto, a área de geração de energia ainda enfrenta desafios, especialmente nas usinas renováveis.
A CPFL registrou um “curtailment” de 37% na produção de seus parques eólicos, resultando em um impacto financeiro de R$ 219 milhões. No mesmo período do ano anterior, essa taxa foi de 27%, com perdas de R$ 149 milhões.
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Gustavo Estrella, CEO da CPFL, destacou que as restrições nas usinas devem aumentar, uma vez que ainda não há uma solução técnica para o problema, que decorre do consumo insuficiente para absorver toda a oferta de energia e dos gargalos no sistema de transmissão.
Ele comemorou a aprovação da Medida Provisória 1.304, que estabelece regras para ressarcimento aos geradores, embora o texto ainda aguarde sanção presidencial.
Expectativas para o Futuro
Estrella mencionou que a empresa poderá calcular o tamanho do ressarcimento, o que pode ajudar a preservar os resultados financeiros. No entanto, ele alertou que o caixa pode enfrentar desafios relacionados à regulamentação e ao tempo de recebimento. “Minha expectativa é que consigamos contabilizar o efeito do ressarcimento no quarto trimestre, mas o impacto no caixa pode ficar para o início do próximo ano”, acrescentou.
No terceiro trimestre, a CPFL também enfrentou um impacto negativo do GSF (risco hidrológico), devido à geração efetiva das usinas hidrelétricas estar abaixo dos volumes contratados. Sobre o próximo período úmido, Estrella previu “baixa hidrologia”, o que pode manter os preços da energia no mercado de curto prazo em níveis elevados, apesar da pressão de um consumo menor.
Oportunidades em Transmissão e Armazenamento de Energia
O executivo afirmou que a CPFL deve se tornar “mais competitiva” nos próximos leilões de transmissão de energia, após ter adquirido um dos maiores lotes no único certame do tipo realizado neste ano. “A cada leilão que vencemos, aumentamos os investimentos e a escala, o que nos permite ser mais competitivos”, disse.
A elétrica também está avaliando oportunidades no setor de armazenamento de energia, considerando não apenas baterias, mas também usinas hidrelétricas reversíveis. “Isso pode se tornar um novo modelo de negócio escalável para nós, dependendo das regras que forem definidas para o armazenamento de energia”, concluiu Estrella.
