Correios pedem mediação do TST em negociações com funcionários, mas Findect classifica proposta como “frustrante” e indica greve para 16 de dezembro.
Os Correios solicitaram a intervenção do TST (Tribunal Superior do Trabalho) para facilitar um acordo com seus empregados e trabalhadores da categoria. A reunião ocorreu na última quinta-feira, dia 11. Foram convocadas a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares) e a Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos).
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Durante esta semana, a estatal apresentou uma proposta às representações sindicais, abordando as cláusulas de benefícios. Segundo os Correios, a proposta visava preservar a maior parte dos auxílios, como creche/babá, auxílio especial e abono acompanhante.
Em um comunicado, a empresa destacou que as sugestões estavam alinhadas com o compromisso de equilibrar a “proteção aos empregados” e a “sustentabilidade financeira e condições adequadas de trabalho”.
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Após a mediação do TST, a Findect se manifestou, considerando a proposta dos Correios como “frustrante”. A entidade afirmou que a estatal sugeriu manter o atual Acordo Coletivo de Trabalho até 28 de fevereiro de 2026, sem a inclusão de um ticket extra, sem reposição da inflação e sem previsão de reajuste salarial. “A proposta ignora as perdas acumuladas nos últimos anos e não traz medidas de valorização dos trabalhadores, que enfrentam queda de renda e aumento do custo de vida”, declarou a Findect.
Para a Findect, a proposta apresentada não atende às necessidades urgentes da categoria. Em razão da falta de um acordo, os sindicatos filiados à entidade mantêm a indicação de greve para o dia 16 de dezembro.
No primeiro semestre de 2025, a estatal registrou um prejuízo de R$ 4,3 bilhões, um aumento significativo em relação ao mesmo período de 2024, quando o resultado foi de R$ 1,3 bilhão em perdas. Em resposta a essa situação financeira, os Correios apresentaram um plano de reestruturação para assegurar a estabilidade da empresa nos próximos 12 meses.
Entre as medidas propostas estão um programa de demissão voluntária, a remodelagem dos planos de saúde dos funcionários que permanecerem e a venda de imóveis. Além disso, os Correios planejavam obter um empréstimo de R$ 20 bilhões para reduzir o déficit até 2026 e retomar a lucratividade em 2027.
Contudo, a estatal não conseguiu o crédito e agora busca o apoio do Tesouro Nacional para continuar suas operações.
Autor(a):
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.