Correios enfrenta rombo alarmante e queda na qualidade do serviço, dizem especialistas
Crédito com garantia do Tesouro Nacional é negociado entre bancos públicos e privados.
Prejuízos dos Correios e Críticas à Gestão
Desde 2015, os Correios vêm enfrentando prejuízos anuais, com o maior déficit registrado no ano passado, totalizando R$ 2,6 bilhões. No primeiro semestre deste ano, o rombo alcançou R$ 4,4 bilhões.
O professor de economia da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Márcio Holland, considera esse déficit semestral “inaceitável” para uma estatal, afirmando que a operação não justifica um prejuízo dessa magnitude. “Para ter acesso a esse serviço de interesse coletivo, o contribuinte está arcando com uma conta muito alta”, ressalta Holland.
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“Essa conta não fecha. Não é adequada”, complementa o professor.
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Desafios e Críticas à Gestão
A situação financeira da empresa se agrava com a deterioração da qualidade do serviço, conforme avalia a economista e advogada Elena Landau. Ela aponta que esses fatores revelam “um problema gravíssimo de gestão”, resultante da baixa eficiência no uso do recurso público e da influência política nas estatais.
Landau destaca que “o uso político é muito presente no governo Lula”, citando como exemplos a “indicação de cargos de administração pública para aliados políticos ou para obter apoio no Congresso”.
Medidas para Redução de Gastos
Durante uma coletiva nesta quarta-feira (15), o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, atribuiu parte do desempenho negativo às dificuldades de competitividade no mercado. “A nossa empresa não se adaptou de forma ágil a uma nova realidade, e essa falta de adaptação impactou nossos resultados e a geração de caixa”, afirmou Rondon.
Para enfrentar a crise, a empresa anunciou um plano de reestruturação, que será dividido em três eixos. O primeiro inclui um programa de demissões voluntárias e renegociação de contratos com fornecedores.
O segundo eixo abrange estudos para novos modelos de negócios e a venda de imóveis. Já a terceira parte envolve um empréstimo de R$ 20 bilhões com garantia do Tesouro Nacional, a ser realizado entre 2025 e 2026.
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.