Correios enfrenta rombo alarmante e queda na qualidade do serviço, dizem especialistas

Crédito com garantia do Tesouro Nacional é negociado entre bancos públicos e privados.

16/10/2025 3:07

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(Imagem de reprodução da internet).

Prejuízos dos Correios e Críticas à Gestão

Desde 2015, os Correios vêm enfrentando prejuízos anuais, com o maior déficit registrado no ano passado, totalizando R$ 2,6 bilhões. No primeiro semestre deste ano, o rombo alcançou R$ 4,4 bilhões.

O professor de economia da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Márcio Holland, considera esse déficit semestral “inaceitável” para uma estatal, afirmando que a operação não justifica um prejuízo dessa magnitude. “Para ter acesso a esse serviço de interesse coletivo, o contribuinte está arcando com uma conta muito alta”, ressalta Holland.

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“Essa conta não fecha. Não é adequada”, complementa o professor.

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Desafios e Críticas à Gestão

A situação financeira da empresa se agrava com a deterioração da qualidade do serviço, conforme avalia a economista e advogada Elena Landau. Ela aponta que esses fatores revelam “um problema gravíssimo de gestão”, resultante da baixa eficiência no uso do recurso público e da influência política nas estatais.

Landau destaca que “o uso político é muito presente no governo Lula”, citando como exemplos a “indicação de cargos de administração pública para aliados políticos ou para obter apoio no Congresso”.

Medidas para Redução de Gastos

Durante uma coletiva nesta quarta-feira (15), o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, atribuiu parte do desempenho negativo às dificuldades de competitividade no mercado. “A nossa empresa não se adaptou de forma ágil a uma nova realidade, e essa falta de adaptação impactou nossos resultados e a geração de caixa”, afirmou Rondon.

Para enfrentar a crise, a empresa anunciou um plano de reestruturação, que será dividido em três eixos. O primeiro inclui um programa de demissões voluntárias e renegociação de contratos com fornecedores.

O segundo eixo abrange estudos para novos modelos de negócios e a venda de imóveis. Já a terceira parte envolve um empréstimo de R$ 20 bilhões com garantia do Tesouro Nacional, a ser realizado entre 2025 e 2026.

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.