Correios enfrentam crise! Plano de recuperação de R$ 23 bilhões em 2026 liderado por Emmanoel Rondon busca evitar o rombo. A estatal prevê R$ 7,4 bilhões em ganho anual com corte de gastos e aumento de receita
Em 29 de dezembro de 2025, o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, apresentou um plano de recuperação financeira para a estatal, visando evitar um rombo de R$ 23 bilhões em 2026. A situação atual da empresa, que registrou um aumento de R$ 4 bilhões no rombo entre janeiro e setembro de 2025 – quase três vezes maior do que o apresentado no mesmo período de 2024 – é resultado de uma mudança no ambiente econômico. A estatal enfrenta desafios como a queda das receitas com cartas e o crescimento do e-commerce, que tornaram o modelo de financiamento da empresa inviável.
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Rondon destacou que a insuficiência de caixa provocaria a postergação de pagamentos e aumentaria ainda mais o endividamento da empresa. O cenário projetado é de paralisação de linhas de transporte e serviços. A empresa planeja um plano de recuperação com um ganho de R$ 7,4 bilhões por ano, dividido em corte de gastos de R$ 4,2 bilhões e aumento de receita de R$ 3,2 bilhões.
Para alcançar esse objetivo, a estatal firmou um contrato de empréstimo de R$ 12 bilhões com um grupo de cinco grandes bancos: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander. O montante será utilizado para quitar dívidas, com R$ 10 bilhões a serem obtidos em dezembro de 2025 e o restante (R$ 2 bilhões) até o fim de janeiro.
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O plano de recuperação dos Correios será implementado em três fases. A primeira etapa, que se estende até março de 2026, tem caráter emergencial, visando a recuperação de caixa e a captação de R$ 12 bilhões. A segunda fase, de 2026 a 2027, será dedicada à reorganização e modernização das contas, com uma economia anual de R$ 7,4 bilhões.
A terceira fase, a partir de 2027, envolverá uma consultoria externa para avaliar os arranjos societários e o futuro da empresa. Durante a primeira fase, os Correios planejam “quitar/renegociar todas as obrigações em atraso” para recuperar o desempenho operacional ideal.
As medidas específicas do plano incluem um Programa de Demissão Voluntária (PDV) com 15.000 funcionários, otimização da malha logística com o fechamento de 1.000 unidades, criação de parcerias com outras empresas para diversificação de serviços financeiros e seguros, e alienação de imóveis ociosos. Além disso, a estatal aumentará despesas para viabilizar o PDV em 2026, com uma economia anual estimada de R$ 2,1 bilhões. A empresa também pretende revisar os cargos de média e alta remuneração nas unidades táticas e estratégicas, além de rever a saúde e a previdência dos funcionários.
Autor(a):
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.