Correios analisam empréstimo de R$ 20 bi para garantir caixa até 2026

Conselho de Administração dos Correios Avalia Empréstimos

O Conselho de Administração dos Correios se reunirá nesta quarta-feira (15) para discutir um pedido de empréstimos a bancos estatais e privados, com garantia do Tesouro Nacional, visando equilibrar as contas da estatal em 2025 e 2026.

Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, confirmadas pela CNN, o que está em pauta é um crédito de R$ 10 bilhões para este ano e outro de R$ 10 bilhões para o próximo. O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e instituições financeiras privadas podem participar do “pool” de empréstimos, que envolveria taxas de mercado e um aval direto do Tesouro.

Prejuízos e Desafios Financeiros

No primeiro semestre, os Correios registraram um prejuízo de R$ 4,3 bilhões, mais do que o triplo do resultado negativo do mesmo período do ano anterior, que foi de R$ 1,3 bilhão. A empresa enfrenta uma queda nas receitas, enquanto suas despesas continuam a aumentar. Críticos das gestões recentes afirmam que as ações para ajustes têm sido lentas.

Leia também:

SP: Transformação silenciosa revoluciona urbanização com moradia e mobilidade na capital paulista

Inflação na Argentina aumenta 2,1% em setembro e atinge 31,8% em 12 meses. Desaceleração interanual persiste

Câmara aprova projeto que muda divisão de bens após morte; saiba mais!

O empréstimo, mesmo com taxas de juros elevadas, é considerado essencial pela área econômica do governo para evitar a transformação dos Correios em uma empresa dependente do Tesouro. Isso implicaria a inclusão da estatal no Orçamento Geral da União (OGU), afetando diretamente o resultado primário e aumentando as despesas anuais da companhia, que somam quase R$ 20 bilhões.

Medidas e Mudanças na Gestão

Recentemente, foi anunciado um plano para a venda de imóveis e a implementação de um programa de demissões voluntárias, além do lançamento de um marketplace em parceria com a Infracommerce. No entanto, essas medidas são frequentemente vistas como insuficientes para reverter a situação financeira da empresa.

Em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alterou a liderança da estatal. O advogado Fabiano Silva, que fazia parte do Grupo Prerrogativas, foi substituído pelo economista Emmanoel Rondon, servidor de carreira do Banco do Brasil.

Se o empréstimo for aprovado, os recursos devem ser utilizados para capital e para financiar medidas de ajuste nos Correios, incluindo um plano de demissões voluntárias, alterações no plano de saúde e renegociação de passivos atrasados.

A reunião do conselho nesta quarta-feira será presidida pela secretária-executiva do Ministério das Comunicações, Sônia Faustino, que lidera o colegiado. Os Correios estão formalmente vinculados a essa pasta.