Correios aguardam autorização do Ministério da Fazenda para empréstimo de R$ 20 bilhões, enquanto enfrentam prejuízos e insatisfação crescente dos clientes.
Os Correios estão à espera da autorização do Ministério da Fazenda para a liberação de um empréstimo de R$ 20 bilhões, que será obtido através de um consórcio de bancos públicos e privados. Essa iniciativa ocorre em um período crítico para a estatal, que enfrenta prejuízos bilionários.
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Martha Seillier, ex-integrante do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) do Ministério da Fazenda, expressou preocupação em relação ao empréstimo. Segundo ela, essa medida não solucionará os problemas estruturais da empresa. “Esse empréstimo muito me preocupa, porque você está empurrando para debaixo do tapete um problema que você só vai começar a pagar daqui a dois anos, já possivelmente numa outra gestão”, afirmou.
A especialista ressaltou que houve uma mudança significativa nos resultados financeiros da empresa. Nos anos de 2020 e 2021, os Correios registraram lucros recordes, totalizando R$ 4 bilhões. No entanto, decisões recentes têm gerado questionamentos, como a realização de um novo concurso público para a contratação de 10 mil funcionários e o aumento expressivo nas despesas operacionais e administrativas.
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Além disso, houve um aumento de 800% nas despesas com propaganda e publicidade entre 2023 e 2024. Seillier também destacou que a competição no setor exige investimentos em automação e melhorias na qualidade do serviço, mas as limitações estatais dificultam avanços rápidos em gestão e inovação.
A deterioração dos serviços prestados pelos Correios reflete-se na insatisfação dos clientes. No site Reclame Aqui, a empresa é classificada como não recomendável, com mais de 60 mil reclamações registradas apenas neste ano. Destas, apenas metade recebeu resposta, com um tempo médio de retorno de 30 dias.
Autor(a):
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.