Reforma na Semana de Trabalho Sul-Coreana em Debate
O governo da Coreia do Sul está considerando uma medida ousada: a redução da semana de trabalho de cinco para quatro e meio dias. Essa mudança, impulsionada pela promessa de campanha do presidente Lee Jae Myung, visa melhorar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, combater o burnout e enfrentar o preocupante declínio da taxa de natalidade do país.
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O Ministério do Trabalho iniciou uma força-tarefa tríplice, envolvendo sindicatos, grupos empresariais e agências governamentais, com o objetivo de definir os próximos passos e alcançar um consenso. A meta final é alcançar uma semana de trabalho de quatro dias, equivalente a 32 horas semanais.
Desafios e Preocupações Empresariais
Apesar da intenção de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, a proposta gerou preocupações entre o setor empresarial. Empresários argumentam que a redução das horas de trabalho sem um aumento correspondente na produtividade pode impactar negativamente empresas com altos custos trabalhistas e em um contexto de incerteza econômica.
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Além disso, a comunidade empresarial considera a medida prematura, dada a baixa produtividade da Coreia do Sul em comparação com outros países desenvolvidos. Estatísticas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelam que, em 2023, trabalhadores sul-coreanos geravam, em média, US$ 54,64 por hora, significativamente inferior à média americana de US$ 97,05 e a potências europeias como a França (US$ 87,30).
Argumentos da Federação de Empresas Coreanas
A Federação de Empresas Coreanas alerta que a implementação da medida pode prejudicar a competitividade das empresas. “Quando a produtividade da Coreia já é muito menor do que a de economias avançadas, simplesmente reduzir o horário de trabalho regulamentado prejudicará a competitividade empresarial,” afirma a federação.
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Preocupações de Pequenos Negócios
Pequenos negócios expressam ainda maior preocupação com a medida. Song Chi-young, líder da Federação de Microempresas da Coreia, destaca: “Se essa lei for expandida para negócios com menos de 5 funcionários, o pagamento de hora extra será aplicado a partir de sexta à tarde, quando a clientela está em seu auge.”
