Copa do Mundo gera polêmica com preços de ingressos exorbitantes, chegando a US$ 4.000, excluindo torcedores fiéis e levantando críticas da FSE e FSA.
Com a Copa do Mundo masculina se aproximando em cerca de seis meses, os fãs estão ansiosos para ver suas seleções jogarem na América do Norte no próximo verão. No entanto, a recente fase de vendas de ingressos revelou preços surpreendentes, com ingressos para a final ultrapassando os US$ 4.000.
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Essa situação gerou indignação entre torcedores de diversas partes do mundo, especialmente entre os mais dedicados, que podem ser excluídos do torneio devido aos altos custos. As críticas aumentaram após a FIFA distribuir ingressos às associações nacionais das equipes participantes, um processo conhecido como alocação PMA (Participating Member Association).
Esse sistema permite que federações vendam ingressos para seus torcedores mais leais, que se qualificam por meio de grupos de apoio ou programas de fidelidade. Muitos desses fãs, que acompanham suas seleções há anos, agora enfrentam um dilema: gastar uma quantia significativa ou assistir aos jogos de casa.
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A Football Supporters Europe (FSE), que defende os interesses dos torcedores, expressou sua perplexidade diante dos preços exorbitantes impostos pela FIFA. A organização solicitou que a entidade suspendesse a venda de ingressos até que uma solução que respeite a tradição e o significado cultural da Copa do Mundo fosse encontrada.
Segundo a FSE, um torcedor fiel precisaria desembolsar pelo menos US$ 6.900 (R$ 35.052) para acompanhar sua seleção desde o primeiro jogo da fase de grupos até a final, quase cinco vezes mais do que na Copa anterior no Catar. Além dos ingressos, os torcedores também se preocupam com as altas taxas de viagem e hospedagem.
O receio é que aqueles que dedicaram anos ao apoio às suas seleções não consigam comparecer ao torneio, abrindo espaço para quem pode pagar qualquer valor. Isso pode afetar a atmosfera dos jogos no México, EUA e Canadá no próximo ano.
A Associação Inglesa de Futebol divulgou os preços para seus grupos de torcedores, com ingressos a partir de $265 (R$ 1.346) para o jogo de estreia contra a Croácia. Se a Inglaterra chegar à final, o ingresso mais barato custará $4.185 (R$ 21.259), enquanto o mais caro pode chegar a $8.680 (R$ 44.094).
A Football Supporters’ Association (FSA), que representa torcedores na Inglaterra e País de Gales, criticou os preços, considerando-os inaceitáveis para muitos. A FSA destacou que a FIFA parece explorar a lealdade dos torcedores em busca de lucro.
A FIFA já lançou duas fases de venda de ingressos, mas ambas ocorreram antes do sorteio e da confirmação do calendário de jogos. Assim, esta é a primeira vez que os torcedores podem solicitar ingressos sabendo quais partidas suas seleções disputarão.
A entidade havia prometido uma Copa acessível, com ingressos a partir de $60 (R$ 304) para jogos da fase de grupos. No entanto, esses ingressos mais baratos não foram disponibilizados para as associações nacionais, forçando os torcedores a pagarem mais.
Além disso, os torcedores que não se qualificarem para a alocação PMA podem solicitar ingressos individuais por meio de um Sorteio de Seleção Aleatória. Pela primeira vez, não haverá preço fixo para as partidas da fase de grupos, com cada jogo sendo precificado conforme a demanda.
A FSE criticou essa mudança, considerando-a uma traição à tradição da Copa do Mundo, que ignora a contribuição dos torcedores. A pressão sobre a FIFA para tornar o torneio mais acessível está crescendo, refletindo a importância dos torcedores no futebol.
Autor(a):
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.