COP30 termina com acordo frágil e desafios climáticos: Brasil e China em destaque na cúpula
Resultados da COP30: Acordo Frágil e Desafios Persistentes A COP30, cúpula da ONU sobre mudança climática deste ano, chegou ao fim com um acordo frágil que deixou de lado demandas cruciais de muitos países. A única exceção foi a obrigação dos países ricos de triplicar seus investimentos para ajudar na adaptação ao aquecimento global. A […]
Resultados da COP30: Acordo Frágil e Desafios Persistentes
A COP30, cúpula da ONU sobre mudança climática deste ano, chegou ao fim com um acordo frágil que deixou de lado demandas cruciais de muitos países. A única exceção foi a obrigação dos países ricos de triplicar seus investimentos para ajudar na adaptação ao aquecimento global.
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A cúpula ocorreu em Belém, na Amazônia, e trouxe algumas conclusões importantes.
Combustíveis Fósseis
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a cúpula pedindo um consenso sobre a promessa da COP28, em Dubai, de abandonar os combustíveis fósseis. No entanto, essa proposta não avançou, já que nações árabes ricas em petróleo e outras dependentes de combustíveis fósseis bloquearam qualquer menção ao tema.
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Em vez disso, foi criado um plano voluntário para que os países pudessem aderir ou não. O resultado foi semelhante ao das cúpulas anteriores, onde houve acordos para aumentar os investimentos em ações climáticas, mas sem abordar a causa principal do problema.
A Agência Internacional de Energia destacou que quase três quartos das emissões globais de gases de efeito estufa desde 2020 são provenientes de carvão, petróleo e gás.
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Unidade Climática Global
A necessidade de demonstrar unidade nas negociações climáticas foi um dos principais tópicos acordados. Os países concordaram que os países ricos, responsáveis por grande parte da poluição histórica, devem assumir a maior parte do esforço para resolver a crise climática.
Contudo, para chegar a um consenso final, abandonaram quase todas as ambições que trouxeram, incluindo metas mais rigorosas para a redução das emissões.
A ausência dos Estados Unidos, a maior economia do mundo e o maior poluidor histórico, foi lamentada pela presidência da COP30. Essa falta de participação encorajou países com interesses em combustíveis fósseis e intensificou as preocupações sobre um processo que permite que apenas alguns vetem acordos coletivos.
Participação da China e Outros Países em Desenvolvimento
A China, sob a liderança de Xi Jinping, teve um papel de destaque na cúpula, embora nos bastidores. O presidente não participou das negociações, mas sua delegação enfatizou a necessidade de reduzir as emissões. Empresas chinesas de energia solar e veículos elétricos foram apresentadas no pavilhão do país, visíveis logo na entrada do evento.
Além da China, a Índia também se destacou nas negociações, enquanto a África do Sul apresentou uma agenda climática para sua cúpula do G20, marcada para novembro. Esses países em desenvolvimento mostraram maior força nas discussões climáticas.
Florestas e Direitos Indígenas
Ao sediar a cúpula em Belém, o Brasil ressaltou a importância das florestas para o combate às mudanças climáticas. No entanto, muitos participantes, incluindo representantes da Amazônia, expressaram frustração por não serem ouvidos, resultando em protestos e confrontos com a segurança.
Os países anunciaram cerca de US$ 9,5 bilhões em financiamento florestal, incluindo quase US$ 7 bilhões para o fundo de florestas tropicais do Brasil. Contudo, a cúpula terminou com um sentimento amargo, pois não foram estabelecidos planos concretos para cumprir a promessa de desmatamento zero até 2030.
Desafios à Ciência Climática
Apesar das declarações de Lula e outros líderes contra a desinformação, as negociações não foram eficazes em combater os ataques à ciência climática promovidos pelo governo dos EUA. A cúpula também falhou em reconhecer o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU) como a “melhor ciência disponível” para guiar políticas climáticas.
O acordo final mencionou a importância dos resultados do IPCC, mas também incluiu dados de países em desenvolvimento e relatórios de instituições regionais. Ao ignorar os combustíveis fósseis e as metas de emissões, a COP30 deixou de lado os alertas emitidos pela comunidade científica.
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.












