COP30 no Brasil: Desafios e Avanços na Luta Contra o Aquecimento Global em Debate
COP30 no Brasil revela desafios na luta contra o aquecimento global, com aumento das emissões de gases e necessidade urgente de ações eficazes.
Desafios da COP30 e o Progresso na Luta Contra o Aquecimento Global
Enquanto líderes se reúnem para a COP30 no Brasil, três décadas após a primeira conferência climática, os dados sobre o progresso na luta contra o aquecimento global revelam uma realidade preocupante. Apesar de anos de negociações e promessas, as emissões de gases de efeito estufa aumentaram um terço desde aquele primeiro encontro, e o consumo de combustíveis fósseis continua a crescer.
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Juan Carlos Monterrey, representante especial do Panamá para mudanças climáticas, destacou que, embora algumas conquistas tenham surgido, elas não são suficientes para garantir a vida na Terra. A avaliação atual levanta a questão: a diplomacia climática global está falhando ou os encontros têm obtido sucessos que os dados não refletem?
O Efeito das Cúpulas e as Emissões de Gases
Simon Stiell, chefe da UNFCCC, defende que as reuniões anuais têm contribuído, mas enfatiza que é necessário agir com mais rapidez, já que desastres climáticos afetam todos os países. Desde 1995, as emissões globais de gases de efeito estufa aumentaram 34%, o que é incompatível com a estabilidade climática, segundo cientistas.
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John Kerry, enviado especial dos EUA para o clima, acredita que ainda há tempo para resolver o problema, desde que as promessas sejam cumpridas. O WRI alertou que as metas de redução de emissões para 2035 são insuficientes para evitar que as temperaturas globais ultrapassem o limite de 1,5 °C estabelecido no Acordo de Paris de 2015.
Desafios e Avanços no Setor de Energia
As temperaturas globais já ultrapassaram 1,5 °C em alguns anos, com 2023 e 2024 entre os mais quentes registrados. James Fletcher, enviado especial para o clima da CARICOM, alertou que qualquer aumento acima desse limite será catastrófico para pequenos estados insulares.
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Stiell afirmou que, sem as cúpulas, as temperaturas poderiam estar caminhando para um aumento catastrófico de 5 °C.
O consumo de combustíveis fósseis permanece elevado, impulsionado pelo crescimento econômico e pela demanda de data centers. A AIE prevê que a demanda por carvão se manterá em níveis recordes até 2027, enquanto a adoção de energias renováveis e veículos elétricos tem avançado, com investimentos globais em energia limpa atingindo US$ 2,2 trilhões no ano passado.
Conquistas e Críticas ao Processo da COP
Apesar dos desafios, o Acordo de Paris sobre o clima se manteve, mesmo após a retirada dos EUA durante a presidência de Donald Trump. No entanto, a natureza consensual das negociações da COP, que exige decisões unânimes de quase 200 nações, tem sido criticada.
Monterrey destacou a necessidade de uma reforma sistêmica para melhorar a eficácia das cúpulas.
Christiana Figueres, ex-representante da ONU para o clima, sugeriu a adoção de um sistema de votação nas COPs. Ela também observou que a transição para tecnologias de energia limpa está sendo impulsionada mais pelo setor privado do que pelos governos.
A China, por exemplo, representa um terço do investimento global em energia limpa.
A Importância do Processo Multilateral
Alguns veteranos da COP acreditam que o processo atual é a melhor maneira de garantir a participação de todos os países na discussão sobre mudanças climáticas. Manuel Pulgar Vidal, ex-presidente da COP20, defende que não existem alternativas viáveis ao processo multilateral.
Kerry reconheceu as falhas nas reuniões anuais, mas ressaltou que manter o processo em andamento é preferível ao niilismo absoluto. A continuidade das cúpulas é vista como essencial para enfrentar os desafios climáticos globais.
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.












