COP30 estabelecerá um centro global de investidores para apoiar a transição climática
Grupo internacional busca atrair investimentos para projetos ambientais, de biodiversidade e desenvolvimento sustentável no Brasil.

A World Climate Foundation (WCF) lançou a criação de um centro global de investidores na COP30 , que acontecerá em Belém, em novembro de 2025. A ideia é unir instituições financeiras, organizações filantrópicas e alianças de capital a projetos focados na transição climática e na conservação da biodiversidade no Brasil e em países em desenvolvimento.
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A campanha foi lançada na Brazil Climate Investment Week, em São Paulo, onde se encontraram representantes do mercado financeiro e do setor climático. A iniciativa faz parte da estratégia da fundação para a COP30, que também contempla a realização do World Climate Summit e a criação de um pavilhão dedicado às negociações da conferência.
O centro de investidores – denominado Investment COP – será implantado na Green Zone da COP30, área reservada para atividades complementares e debates diplomáticos. O evento ocorrerá no dia 13 de novembro e contará com a coorganização de instituições brasileiras e internacionais atuantes na área de financiamento climático. Entre os parceiros, destacam-se o Instituto Clima e Sociedade (ICS) e a B3 – Bolsa de Valores do Brasil.
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A WCF visa otimizar a distribuição de recursos para projetos sustentáveis, abrangendo áreas como energia limpa, recuperação ambiental, agricultura regenerativa e infraestrutura resiliente.
O momento é crucial para alcançar as metas de emissão, e espera-se que a COP30 marque o ponto de inflexão para a implementação do Acordo de Paris”, declarou Jens Nielsen, CEO da fundação. “Cada ator deve progredir em suas responsabilidades: quem possui os recursos, quem tem as soluções e quem detém o poder de decisão.”
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Conforme apontou Flora Bitancourt, diretora regional da World Climate Foundation para o Brasil, o polo de investidores visa superar obstáculos que ainda impedem a chegada de capital estrangeiro ao país. “Nós estamos, justamente, com parceiros locais, construindo quais são os gaps hoje que ainda limitam o fluxo desse capital para o Brasil”, afirmou. “A questão da taxonomia, a regulamentação, o apetite dos investidores por soluções brasileiras, e também o pipeline de projetos”, complementou. “Trabalhamos para mostrar uma gama de investimentos possíveis, seguros, atrativos, com retorno e soluções eficientes para o clima”, declarou.
Ela ressalta a relevância de novos modelos de financiamento. “Também nos concentramos em conectar diversos instrumentos de financiamento, e o Brasil tem se destacado como um importante promotor dessas novas estruturas”, declarou.
Flora considera que o Brasil pode transformar a COP30 em um marco na implementação climática global. “Acreditamos que o Brasil conseguirá trazer a COP da virada, da implementação, pela sua habilidade no multilateralismo e capacidade histórica de facilitar acordos internacionais”.
Plataforma global
Com sede na Dinamarca, a World Climate Foundation atua desde 2010 como mediadora entre governos, empresas, investidores e organizações da sociedade civil. A instituição organiza eventos complementares às Cops com o objetivo de impulsionar parcerias e financiamento para ações climáticas e de biodiversidade.
O polo de Belém articula um projeto abrangente da fundação para fomentar uma “economia positiva para a natureza”, por meio da captação de recursos e de parcerias intersetoriais. A fundação acredita que o êxito da COP30 estará vinculado à habilidade de converter objetivos em ações concretas e com financiamento assegurado.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.