O comportamento é explicado por fatores biológicos, hormonais e emocionais. O final da tarde e o início da noite são os períodos mais sensíveis.
Em dias mais frios, observa-se frequentemente um aumento na vontade de consumir alimentos doces. Essa mudança no apetite não é meramente psicológica: existem razões fisiológicas, hormonais e emocionais que justificam esse comportamento.
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A diminuição da temperatura demanda maior gasto energético para manter a temperatura corporal, o que intensifica a sensação de fome. Os períodos mais curtos e com menor incidência de luz solar, característicos do inverno, também diminuem a produção de serotonina, neurotransmissor associado ao bem-estar. Essa redução leva muitas pessoas a procurarem alimentos mais calóricos, como sobremesas, que estimulam a liberação de serotonina.
Adicionalmente, o metabolismo pode aumentar levemente para preservar a temperatura corporal, elevando a necessidade energética. Os níveis de melatonina se elevam em dias mais escuros e frios, o que pode influenciar o humor e provocar comportamentos alimentares compensatórios, notadamente o consumo de alimentos altamente palatáveis, segundo Gaby Esteves, nutricionista.
O desafio reside no consumo excessivo de doces, que causa flutuações bruscas nos níveis de glicose no sangue, acompanhadas de rápidas quedas, o que intensifica o desejo por açúcar. Esse ciclo pode resultar em compulsão alimentar, afetando a saúde metabólica, o peso e o humor.
O final da tarde e o início da noite são horários críticos. Nessa fase do dia, há uma queda natural nos níveis de serotonina e um aumento do cansaço físico e mental, o que favorece comportamentos compensatórios, como o consumo de doces.
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Para combater esse desequilíbrio, profissionais da nutrição e da medicina integrativa recomendam o emprego de alimentos e substâncias naturais que auxiliam no controle do apetite e na estabilização dos níveis de glicose.
O cromo, mineral que atua na regulação da insulina e na redução da vontade por doces, é bastante utilizado. O magnésio é importante, já que sua deficiência está associada a quadros de ansiedade e maior desejo por açúcar, e a L-glutamina, aminoácido que pode ser usado como fonte de energia pelo cérebro.
É importante ressaltar que, apesar de serem naturais, o consumo de suplementos desses minerais deve ser feito sob orientação, uma vez que o excesso pode causar prejuízos ao organismo.
O cromógeno pode sobrecarregar rins e fígado em concentrações elevadas, o magnésio em excesso pode provocar alterações intestinais e cardíacas e a glutamina não é recomendada para pessoas com determinados tumores ou problemas hepáticos. Por isso, o ideal é ter acompanhamento médico ou nutricional antes de suplementar, explica Jamar Tejada, farmacêutico naturopata.
A alimentação pode ser ajustada com foco em ingredientes que promovem a saciedade. Alimentos ricos em fibras, como aveia e frutas com casca, juntamente com fontes de proteína e gorduras saudáveis, como ovos, abacate e oleaginosas, auxiliam na manutenção dos níveis de glicose e diminuem a vontade de consumir açúcar.
Morangos, maçã e pera são opções naturais com baixo índice glicêmico que podem substituir sobremesas industrializadas. Para quem não quer abrir mão do doce, preparações caseiras com banana, cacau em pó ou tâmaras são alternativas mais equilibradas.
Por que a sensação de fome é mais intensa em baixas temperaturas.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.