Consulta pública propõe novas regras para emissão da CNH, gerando discussões sobre custos, acesso e segurança no trânsito.
O Ministério dos Transportes iniciou nesta quinta-feira (2) uma consulta pública que pode alterar significativamente o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), eliminando a obrigatoriedade de passar por autoescolas. A medida gera debates sobre seus potenciais impactos no trânsito e no acesso à formação de condutores.
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A pesquisadora e consultora em políticas públicas, Ana Carolina Nunes, expressa ceticismo em relação à clareza sobre a operacionalização da proposta. Segundo ela, o Ministério dos Transportes busca “quebrar o monopólio das autoescolas no ensino”, mas ainda não há detalhes suficientes sobre como essa mudança se concretizará.
Nunes ressalta que, apesar das críticas aos altos custos e à concentração das autoescolas, qualquer alteração no processo de formação pode afetar diretamente a segurança nas vias urbanas. A pesquisadora enfatiza a necessidade de abordar questões urgentes relacionadas à segurança do trânsito de forma abrangente.
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A pesquisadora destaca que a ausência de fiscalização é um fator contribuinte para a habilitação secundária em diversas cidades. Muitas pessoas adquirem veículos usados e iniciam a condução sem a devida habilitação, devido à falta de consequências. Ela defende que a discussão deve ir além da desobrigação das autoescolas.
Nunes argumenta que a discussão deve incluir o fortalecimento do ensino sobre responsabilidade no trânsito e o aumento da fiscalização. Ela defende um maior protagonismo do Estado na formação de condutores, questionando a dependência excessiva das iniciativas privadas. A pesquisadora cobra a abertura de escolas de formação pelo Estado.
A pesquisadora alerta para a necessidade de ampliar a fiscalização, inclusive com a municipalização do trânsito, e garantir que eventuais mudanças não precarizem a atividade dos instrutores. Ela adverte que uma modernização que se baseie na precarização do trabalho pode ter consequências negativas para os trabalhadores e para a segurança do trânsito.
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Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.