Conselheiros de Trump manifestam indignação em relação ao ataque a Israel no Catar
O presidente americano foi notificado sobre o ataque aéreo pouco antes de sua ocorrência, e não por Israel, mas pelo presidente do Estado-Maior Conjunto…
Alguns conselheiros do presidente Donald Trump estão revoltados com a decisão de Israel de atacar líderes do Hamas em Doha, Catar, na manhã de terça-feira (9), principalmente devido à frustração por não terem tido a oportunidade de opinar ou alertar os cataris.
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Trump ficou ciente do ataque apenas momentos antes de iniciar, e não por Israel, mas pelo chefe do Estado-Maior Conjunto, General Dan Caine, segundo um funcionário dos EUA. Ele solicitou imediatamente ao enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, que os informasse, conforme relatou outro funcionário americano. Witkoff possui uma relação antiga com o Catar.
Contudo, quando Witkoff conseguiu contatá-los, já era tarde demais, afirmou um funcionário dos EUA à CNN. Para agravar a situação, Witkoff havia se reunido na segunda-feira (8) com um dos principais conselheiros de Netanyahu, Ron Dermer, mas não foi informado sobre os ataques iminentes durante a conversa.
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A liderança do Hamas utiliza o Catar como base fora de Gaza há anos. O ataque atingiu edifícios residenciais onde residiam diversos membros do braço político do Hamas, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Catar.
A secretária de imprensa Karoline Leavitt declarou que Trump ordenou ao enviado especial Witkoff que comunicasse ao Catar sobre o ataque iminente, o que ele realizou. Contudo, o Catar negou ter sido notificado com antecedência sobre o ataque, afirmando que soube das explosões em Doha quando as bombas já estavam caindo, segundo um alto funcionário do país.
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Trump publicou posteriormente uma declaração atualizada no Truth Social, na qual afirmou que a ligação de Witkoff com os cataris foi “infelizmente tardia demais para impedir o ataque”. Ele também fez questão de especificar que a decisão de lançar o ataque foi tomada pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu — e “não uma decisão tomada por mim”. A declaração refletiu um profundo sentimento de frustração pelo fato de Israel estar agindo contra os próprios objetivos de Trump para a região.
Os eventos do dia evidenciaram a vulnerabilidade das tentativas de Trump de mediar a paz em Gaza, seu relacionamento frequentemente problemático com Netanyahu e seus esforços para preservar vínculos estreitos com os aliados dos Estados Unidos no Golfo. A reação da Casa Branca às ações de terça-feira foi cuidadosamente planejada para tanto afastar Trump da decisão de Netanyahu quanto evitar uma cisão aberta com Israel, afirmou um membro da Casa Branca.
Ainda assim, não é a primeira vez que Trump é surpreendido e irritado pelas ações de Israel fora de suas próprias fronteiras — ele também foi pego de surpresa em julho, quando Israel lançou ataques na capital síria, Damasco. Além disso, expressou frustração com Netanyahu após Israel atingir uma igreja católica dentro de Gaza no início do verão.
O ocorrido no Catar intensificou a percepção de traição na Casa Branca. Trump se tornou o primeiro presidente americano em exercício a visitar o país em maio, quando ressaltou os relevantes vínculos militares entre as duas nações durante a visita à base aérea de al-Udeid.
O Catar também tem se esforçado para manter uma relação positiva com Trump, incluindo a doação de um Boeing 747 de luxo para ser utilizado como Air Force One nos Estados Unidos.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.