Congresso recebeu 61% das críticas nas redes durante o confronto do IOF

Análise examinou 4,4 milhões de publicações; críticas a Hugo Motta atingiram um novo patamar nesta semana. Consulte no Poder360.

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe os novos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (D) e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (E) | Sérgio Lima/Poder360 - 03.fev.2025

Pesquisa da Quaest, divulgada nesta 6ª feira (4.jul.2025), aponta que 61% das menções nas redes sociais sobre o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) foram críticas ao Legislativo. A íntegra da pesquisa (PDF – 1MB) está disponível.

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Apenas 11% dos ataques foram direcionados ao governo quando o assunto era a taxação. As menções neutras representaram 28% do total analisado.

A Quaest coletou 44 milhões de menções sobre o conflito entre os Poderes nas principais plataformas digitais, incluindo X (anteriormente Twitter), Instagram, Facebook, YouTube e sites de notícias. As análises foram realizadas entre os dias 24 de junho e 4 de julho de 2025. Em média, o assunto atingiu 32 milhões de contas por hora.

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A crise se agravou após o Congresso votar contra a elevação do IOF em 25 de junho. A hashtag #InimigosDoPovo apareceu em mais de 300 mil menções direcionadas ao Legislativo. Uma nova onda de críticas ocorreu nesta semana, com foco no presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O volume médio de 18 mil menções horárias sobre o tema ultrapassou outros episódios políticos recentes. O esquema de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) gerou 15 mil menções por hora, a abertura do inquérito sobre a tentativa de golpe de 2022 alcançou 10 mil, e o anúncio do aumento do IOF registrou apenas 595.

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Lula apareceu em 15% das publicações referentes ao conflito. As citações ao presidente mostraram 45% de tom positivo, 31% negativo e 24% neutro.

A situação contrasta com episódios recentes, como o escândalo do INSS, onde o presidente recebeu 77% de citações negativas, e o anúncio do aumento do IOF, com 76% de menções desfavoráveis.

Entre as expressões mais recorrentes nas discussões sobre o conflito, “inimigos do povo” apareceu em 18% das postagens, seguida por “Congresso da mamata”, presente em 13%. O nome de Motta foi citado em 8% das publicações.

O estudo também analisou o comportamento dos parlamentares nas redes sociais durante a crise. Congressistas governistas apresentaram maior atividade digital, com 119 parlamentares realizando 741 publicações sobre as discussões tributárias. Em comparação, 112 integrantes da oposição fizeram 378 posts, enquanto 79 congressistas de centro publicaram 218 vezes.

No confronto digital entre situação e oposição, ambos os lados alcançaram cerca de 1 milhão de curtidas. Os comentários também mostraram números equilibrados: 154 mil para publicações governistas e 159 mil para a oposição. Parlamentares da situação foram responsáveis por quase 50% dos posts totais.

Conforme a Quaest, essa situação se distingue de outros episódios de disputa política nas redes, em que as discussões focavam na polarização e o governo era incessantemente criticado. O estudo afirma que o cenário atual representa uma vitória do governo nas redes.

A participação da oposição no debate atual ficou em patamar inferior aos 51% registrados durante a crise do INSS.

O relatório aponta que a forte atuação dos parlamentares governistas demonstra mobilização ativa da base governista para tensionar o relacionamento com o Legislativo, utilizando o tema como instrumento de confronto político contra a oposição e uma retórica de responsabilização institucional.

Fonte por: Poder 360

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.

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