Na semana em que o Supremo Tribunal Federal começa a julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados na tentativa de golpe de Estado, o Congresso Nacional enfrenta um cenário de incerteza.
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O plenário e as comissões estão convocados a deliberar sobre temas sensíveis, porém o cenário político fragilizado pela derrota da PEC da Blindagem torna qualquer previsão difícil.
A proposta, que pretendia limitar investigações e punições contra parlamentares sem a autorização do Congresso, perdeu força na última semana. O projeto não obteu apoio no plenário da Câmara devido à ausência de consenso entre os líderes, com grande resistência da sociedade e de partidos tradicionalmente aliados como MDB e PSD. A reação pública foi intensa: nas redes sociais, frases como “Congresso contra o povo” e “PEC da impunidade” se tornaram os temas mais comentados no X, com mais de 1,2 milhão de menções.
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O desgaste provocado pela repercussão negativa levou o PL, principal defensor da proposta, a recuar, optando por deixar de ocupar um papel de destaque no assunto e concentrar-se em temas de consolidação da direita, como o fim do foro privilegiado e uma possível anistia aos envolvidos no dia 8 de Janeiro.
O julgamento no STF, contudo, pode afetar o clima na Câmara e no Senado. Com a judicialização do caso envolvendo Bolsonaro ganhando destaque, a oposição enfrenta desafios para consolidar sua narrativa e mobilizar o Legislativo. Já o governo enfrenta a ameaça de retaliação política em relação a temas como a reforma do Imposto de Renda, que corre o risco de ser enfraquecida ou desviada.
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No entanto, observa-se uma sensação de fragilidade em lideranças-chave, incluindo a do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que não conseguiu articular apoio para dar andamento à Proposta de Emenda à Constituição que visava blindar parlamentares, tendo sua autoridade questionada após o incidente do motim.
Fonte por: Carta Capital