Congresso aprova corte de incentivos fiscais para equilibrar o Orçamento de 2026, prevendo arrecadação de R$ 22,4 bilhões e aumento de tributos.
O corte de incentivos fiscais, principal estratégia do governo para equilibrar o Orçamento de 2026, foi aprovado esta semana pelo Congresso. A medida pode aumentar a arrecadação em aproximadamente R$ 22,4 bilhões no próximo ano e eleva tributos sobre empresas de apostas on-line, fintechs e grandes corporações que remuneram sócios via juros sobre capital próprio.
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A proposta foi aprovada na madrugada da última quarta-feira (17) pela Câmara dos Deputados e, na mesma noite, pelo Senado. Agora, o texto aguarda a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que essa iniciativa é crucial para evitar um corte de cerca de R$ 20 bilhões no Orçamento de 2026.
O projeto prevê uma redução de 10% em parte dos incentivos e benefícios fiscais federais, além de um aumento de tributos sobre:
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Além disso, estabelece regras mais rigorosas de controle e transparência para a concessão de benefícios tributários no país.
A redução de 10% afetará incentivos relacionados aos seguintes tributos federais:
A diminuição incidirá sobre os gastos tributários listados no Orçamento de 2026, respeitando as exceções previstas no texto.
Os benefícios que poderão ser reduzidos incluem:
No caso do lucro presumido, o texto permite um aumento de 10% na base de cálculo do imposto, mas apenas sobre a receita bruta anual que exceder R$ 5 milhões.
A redução não se aplica a:
Benefícios concedidos por prazo determinado a empresas que já cumpriram contrapartidas também estão preservados.
A tributação sobre casas de apostas será aumentada gradualmente. Atualmente em 12%, a alíquota passará para:
Metade da arrecadação adicional será destinada à seguridade social e a outra metade a ações de saúde.
O projeto também eleva a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido):
O Imposto de Renda retido na fonte sobre juros sobre capital próprio (JCP) aumentará de 15% para 17,5%. O JCP é utilizado por grandes empresas para remunerar sócios e acionistas.
O texto estabelece que, se os incentivos tributários ultrapassarem 2% do PIB, fica proibida a concessão, ampliação ou prorrogação de novos benefícios, a menos que haja compensações fiscais.
O projeto também agrava as penas para crimes tributários que envolvam bens protegidos por imunidades constitucionais, como livros e templos religiosos.
O projeto permite a revalidação de despesas empenhadas, mas não pagas, canceladas a partir de 2023. Esses valores poderão ser quitados até o final de 2026, incluindo recursos de emendas parlamentares.
As alterações que envolvem aumento de tributos ou redução de benefícios respeitarão um prazo mínimo de 90 dias após a sanção presidencial para entrarem em vigor.
Autor(a):
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.