Conflitos entre Tailândia e Camboja entram no segundo dia com apelos de paz ignorados

Conflitos armados entre Tailândia e Camboja entram no segundo dia, com apelos dos EUA ignorados e um acordo de paz mediado por Trump em risco de colapso.

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(Imagem de reprodução da internet).

Conflitos Armados Entre Tailândia e Camboja Atingem Segundo Dia

Os confrontos armados entre Tailândia e Camboja completaram dois dias nesta terça-feira (9), conforme relatado por ambas as partes. Os países ignoram os apelos dos Estados Unidos para cessar os combates e aderir ao acordo de paz mediado pelo presidente Donald Trump, que agora enfrenta sérios riscos de colapso.

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Desde o início dos conflitos, pelo menos oito pessoas perderam a vida, segundo informações de ambos os lados.

A violência se espalhou para diversas áreas, com relatos de ataques com foguetes e drones. Aproximadamente 400 mil pessoas residem na região da fronteira entre os dois países do Sudeste Asiático, que é objeto de disputa. O Ministro das Relações Exteriores da Tailândia, Sihasak Phuangketkeow, indicou que os confrontos podem se intensificar, afirmando que a ação militar prosseguirá “até que sintamos que a soberania e a integridade territorial não estejam mais sendo desafiadas”.

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Motivos dos Conflitos e Acusações Mútuas

Os combates, que têm origem em reivindicações territoriais ao longo da fronteira de 800 quilômetros, são os mais intensos entre Tailândia e Camboja nos últimos tempos. Menos de dois meses após a assinatura do acordo de paz, que o presidente Trump celebrou como um marco, a situação parece estar se deteriorando rapidamente.

Ambos os lados se acusam mutuamente de iniciar os ataques, e a CNN não conseguiu verificar as alegações. A força aérea tailandesa afirmou que o Camboja estava mobilizando armamentos pesados, enquanto o Ministério da Defesa Nacional do Camboja negou tais afirmações.

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O exército cambojano acusou as forças tailandesas de ações provocativas, sem fornecer detalhes específicos.

Desdobramentos e Reações Internacionais

Na terça-feira (9), foram registrados disparos em seis das sete províncias tailandesas que fazem fronteira com o Camboja. A marinha tailandesa relatou que tropas cambojanas dispararam armas pesadas contra áreas civis, além de enviar unidades de operações especiais para a fronteira.

O exército cambojano, por sua vez, afirmou que os militares tailandeses realizaram disparos contínuos, utilizando drones e armas pesadas.

Sete civis cambojanos foram mortos e cerca de 20 ficaram feridos, segundo o Ministério do Interior do Camboja. A Tailândia também confirmou a morte de um de seus soldados. O Secretário-Geral da ONU e a União Europeia pediram moderação de ambas as partes, enquanto um alto funcionário da administração americana expressou que o presidente Trump espera que os governos honrem seus compromissos para encerrar o conflito.

Perspectivas Futuras e Acordo de Paz em Risco

O primeiro-ministro tailandês, Anutin Charnvirakul, declarou que “o Camboja deve se submeter à Tailândia para que os combates cessem”. Em resposta a questionamentos sobre o acordo de paz mediado por Trump, ele afirmou não se lembrar mais do documento.

Hun Sen, ex-líder do Camboja, pediu que as forças armadas contra-atacassem onde fossem atacadas.

O acordo de paz, assinado na Malásia em outubro, foi considerado uma vitória diplomática por Trump, que havia ameaçado não realizar acordos comerciais com os países envolvidos caso não houvesse progresso. No entanto, as tensões aumentaram, levando a Tailândia a suspender o trabalho no acordo e acusar o Camboja de violar a declaração conjunta.

A disputa territorial remonta ao período colonial francês e analistas alertam que um acordo de paz duradouro ainda está longe de ser alcançado. O ministro Sihasak afirmou que cabe à Tailândia e ao Camboja resolverem suas questões, sem planos de discutir os confrontos com Trump.

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.

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