Confira o passo a passo para doar leite materno

A doação de leite materno é um ato altruísta que contribui diretamente para salvar vidas. Contudo, no inverno, o volume de doações reduz-se consideravelmente devido a fatores como o clima frio e a rotina mais isolada das pessoas.

De acordo com o Ministério da Saúde, 193 mil lactantes contribuíram com a doação de mais de 245 mil litros de leite materno no último ano. Essa ação foi fundamental para o incremento das chances de recuperação de mais de 219 mil recém-nascidos prematuros e de baixo peso hospitalizados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal em território nacional em 2024.

De acordo com Elisangela Bittencourt, professora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, a prática de alimentar o bebê com leite materno é benéfica tanto para a mãe quanto para a criança, pois contribui para diminuir o risco de doenças no recém-nascido. “A amamentação deve ser exclusiva nos primeiros seis meses de vida da criança, e é importante ressaltar que o leite contém tudo que o bebê necessita para essa fase de seu desenvolvimento”, afirma.

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A especialista ressalta que a doação é essencial, principalmente no inverno, uma vez que os bebês prematuros ou com baixo peso, que são mais vulneráveis a infecções e outras complicações, atendem às suas necessidades diárias. “A amamentação fornece anticorpos que auxiliam no fortalecimento do sistema imunológico dos bebês, protegendo-os contra infecções e doenças”.

Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano

Elisangela Bittencourt destaca que, conforme informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o leite humano diminui em até 13% as mortes evitáveis em crianças menores de 5 anos. Adicionalmente, a instituição aponta que o Brasil mantém a maior e mais complexa iniciativa de bancos de leite humano do mundo, a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano – rBLH-BR, servindo de referência para a cooperação internacional em mais de 20 países das Américas, Europa e África, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC).

O Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz estabeleceram a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano em 1998, visando promover, proteger e apoiar a amamentação, coletar e distribuir leite humano com certificação de qualidade e contribuir para a redução da mortalidade infantil.

Doar leite materno

Elisangela Bittencourt orienta que a doação é possível se a mulher estiver saudável e não estiver utilizando nenhum medicamento que prejudique a amamentação. “Se este for o seu caso, entre em contato com o Banco de Leite mais próximo de sua casa ou ligue ao 136 para obter mais informações sobre como e quando doar.”

A coleta pode ser realizada em casa por qualquer mulher que esteja amamentando, sem considerar a idade da criança, seguindo os passos abaixo:

O leite materno é composto por uma variedade de nutrientes essenciais para o desenvolvimento infantil, oferecendo proteção contra doenças e promovendo o crescimento saudável.

A Elisângela Bittencourt apresenta algumas curiosidades sobre o leite materno. Confira!

O leite pode ser congelado.

O leite materno pode ser congelado por até 15 dias, sem que haja perda de suas características e valor nutricional. A mãe pode coletá-lo em casa, com as devidas precauções para preservar a qualidade, armazená-lo na geladeira e oferecer ao bebê durante suas ausências.

Se o leite não for consumido, pode doá-lo para um Banco de Leite Humano. Adicionalmente, o mesmo procedimento pode ser realizado em um Banco de Leite Humano, onde o leite é coletado e congelado, para posteriormente ser processado e distribuído às crianças.

A nutrição da mãe influencia o leite materno.

É recomendado que a mãe mantenha uma alimentação saudável e equilibrada. Ela não deve ingerir bebida alcoólica, café em excesso e alimentos muito gordurosos, como o chocolate. No caso do café e do chocolate, a questão não é comer, mas a quantidade que se consome. Um café pela manhã faz parte do nosso hábito alimentar e isso não faz diferença ao bebê, porém, pode afetá-lo caso o consumo seja feito em maior quantidade.

O leite apresenta as características da mãe que o produz.

O leite contém as características da pessoa que o fornece. Portanto, o bebê desenvolve os anticorpos necessários para a sua saúde ao consumir o leite da mãe. Na amamentação cruzada, existe o risco de uma doença infecciosa ser transmitida pelo leite. A alternativa para a mãe que não consegue amamentar é procurar orientação no Banco de Leite Humano.

O estresse e o nervosismo podem interferir na produção de leite.

O estresse e o nervosismo podem reduzir a produção de leite. Nesses momentos, a mãe altera seu sistema endócrino-imunológico e, consequentemente, a quantidade de leite pode diminuir. É recomendado que a mãe descanse sempre que possível. Em casos extremos, para garantir uma noite de sono, ela pode permitir que outra pessoa administre o leite materno ao bebê em um copinho.

Certas pessoas pensam que o estresse causa engate, porém não se trata da realidade. O problema ocorre quando a oferta de leite excede a capacidade de sucção da mãe ou em caso de não ordenha. Assim, o leite fica retido na mama, podendo levar ao engate ou até à mastite.

Fonte por: Carta Capital