Confira as orientações para garantir a segurança de crianças e adolescentes nas redes sociais

Especialistas orientam pais, mães e responsáveis.

7 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

A denúncia feita pela influenciadora Felca Bress, em vídeo publicado na semana passada, trouxe à tona os perigos que as redes sociais representam para crianças e adolescentes, bem como a ausência de regulamentação sobre o uso de imagens de menores de idade nesses ambientes virtuais. As imagens divulgadas por Felca causaram choque e geraram reação do Congresso Nacional, da Presidência da República e de diversos grupos da sociedade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Especialistas entrevistados pela Agência Brasil orientam pais, mães e responsáveis sobre como proteger crianças e adolescentes em ambientes virtuais. Além disso, destacam o papel das escolas, da assistência social e de outros equipamentos públicos na defesa dos direitos dessa população.

LEIA TAMBÉM!

Classificação indicativa

A autora, palestrante e ativista na luta contra a violência sexual e online, Sheylli Caleffi, defende que se deve conhecer e respeitar a classificação indicativa das plataformas. O Instagram, por exemplo, não é recomendado para menores de 16 anos. O TikTok e o WhatsApp não devem ser utilizados por menores de 13 anos.

Os responsáveis devem assegurar que as idades informadas estejam corretas, visto que as plataformas não realizam nenhuma verificação. Além disso, devem monitorar as configurações, a fim de evitar que indivíduos não identificados tenham acesso aos perfis de menores de 18 anos e que estes recebam mensagens de pessoas desconhecidas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quando você decide conceder acesso aos seus filhos nos ambientes digitais, é preciso também observar a configuração daquilo que você escolheu disponibilizar.

O ideal é uma conta privada se houver qualquer imagem de criança. E, obviamente, os adolescentes, quando atingirem a idade de começarem a ter contas, também devem ter suas contas privadas, para que acessem conteúdo apenas das pessoas que selecionarem.

Segundo dados do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), 93% da população brasileira entre 9 e 17 anos utiliza a internet, o que corresponde a 24,5 milhões de jovens. A pesquisa TIC Kid Online revela que 83% desses adolescentes possuem perfil em redes sociais. Adicionalmente, 30% afirmaram ter interagido com alguém online que não conheciam pessoalmente.

Compartilhe imagens com atenção.

Apesar de as crianças não possuírem contas em plataformas digitais, Caleffi adverte que familiares podem colocá-las em risco ao publicar fotos ou vídeos delas em seus próprios perfis.

Não são redes sociais, são redes de comércio. Tudo aquilo está lá é para vender. A gente tem que abandonar essa ideia ingênua de que a rede social é um álbum de foto.

“É interessante que algo que é bom, até sagrado para muita gente, seja erotizado por outras pessoas. Então, você tem que imaginar que quando você coloca uma imagem em um local visitado por bilhões de pessoas e por muitos criminosos, ela pode ser facilmente removida do contexto”, acrescentou.

É preciso considerar isso para qualquer pessoa que divulgar a imagem de uma criança. “Ao divulgar conteúdo com crianças e adolescentes, primeiramente você tem que garantir que você é o responsável legal por essa criança. Se eu sou avô, eu não sou responsável legal por essa criança. Se eu sou tio, eu não sou responsável legal. Se eu sou o professor, eu também não sou.”

Ninguém, exceto os responsáveis legais pela criança, pode decidir se essa criança terá qualquer exposição nessas plataformas digitais, que são os ambientes comerciais.

Na visão da ativista, qualquer conta que apresente imagens de crianças ou adolescentes, incluindo aquelas divulgadas por um adulto mostrando fotos de seu filho, deve ser encerrada. Isso garantiria que somente indivíduos autorizados pudessem ter acesso aos conteúdos.

A exploração sexual e a objetificação de crianças e adolescentes ocorre tanto no ambiente online quanto no offline.

As denúncias de Felca também demonstraram o papel das redes na chamada a adulta de crianças, ou seja, crianças e adolescentes inseridos em contextos de adultos. Segundo Caleffi, isso ocorre nas redes e também fora delas e pode causar graves danos psicológicos.

Muitas coisas a adultizam a criança e podem fazer parecer que a sexualização precoce é algo comum. Roupas muito ousadas para a idade, crianças usando maquiagem, usando elementos que são de adultos. Muitas crianças pequenas estão se maquiando, temos problemas de crianças com 9, 10 anos fazendo dieta. Crianças de 4 anos insatisfeitas com o próprio corpo. Onde ela está vendo isso?

Além da exposição na internet, a mediação dos responsáveis sobre o que é acessado é fundamental para que não se tenha contato com conteúdos que possam ser nocivos à formação.

Os pais também podem, além de conversar abertamente com os filhos sobre os perigos e riscos, estabelecer que acompanharão as atividades no grupo do WhatsApp, com quem estão conversando. Pode também instalar um aplicativo de controle parental.

Segundo Caleffi, esses aplicativos possibilitam, por exemplo, que os responsáveis monitorem o tempo que crianças e adolescentes utilizam em frente às telas, possibilitam o rastreamento de sua localização e geram relatórios sobre o conteúdo acessado em dispositivos eletrônicos.

Além das famílias.

A professora associada do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Vládia Jucá, ressalta que, além do papel das famílias, o cuidado de crianças e adolescentes é responsabilidade do poder público e da sociedade em geral, conforme previsto em lei, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A Rede de Assistência e de Proteção a Crianças e Adolescentes possui um conjunto de setores e equipamentos que, articulados, compõem essa rede. Essa rede cumpre tanto uma função protetiva, atuando antes que a criança ou o adolescente se encontrem em uma situação de risco, quanto pode ser acionada quando já se encontram nessa situação, conforme ressalta Jucá, uma das autoras do Guia para a articulação entre as escolas e a Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente.

Essa rede engloba instituições como escolas – onde as crianças dedicam a maior parte do tempo –, serviços de saúde, assistência social, Justiça e Ministério Público, entre outros. Todos devem atuar em colaboração para assegurar a proteção de crianças e adolescentes. Em outras palavras, se a escola identifica que uma criança está enfrentando algum problema, a assistência social deve estar preparada para acompanhar o caso, assim como a Justiça, quando for necessário.

Ela explica que as redes de assistência devem atuar onde as crianças e adolescentes estão, onde estudam, onde brincam, onde circulam e isso inclui a atuação na internet. “Inclusive ajudando as famílias, no sentido de fazer com que as famílias possam entender o que é esse espaço virtual, que muitas vezes é utilizado pelas famílias como um álbum de retratos. ‘Olha como meu filho é lindo, né? Olha como meu filho é sábio’”, como se fosse assim.

Espaços de escuta

O país necessita, conforme a avaliação da professora, ampliar as redes de assistência e os equipamentos públicos, que frequentemente sofrem com a ausência de infraestrutura e a escassez de pessoal.

É necessário continuar caminhando, e isso é para hoje, com essa regulamentação das redes, das grandes empresas de tecnologia, das plataformas. Mas não se negligenciar, nem perder de vista que a educação tem um lugar importante, que a saúde tem um lugar importante e todos esses equipamentos onde crianças e adolescentes circulam são considerados, onde se dialoga com eles, todos esses espaços são espaços de construção dessa proteção integral.

É importante, nesses contextos, ouvir com atenção crianças e adolescentes, a fim de identificar se estão enfrentando algum problema ou situação de violência.

Trabalho bastante com a adolescente. E uma questão que os adolescentes mencionam frequentemente é o sentimento de não serem ouvidos.

Denúncias

Para relatar casos de abuso ou exploração de crianças e adolescentes, bem como outras violações dos direitos humanos, ligue para o 100 em telefones fixos ou celulares. O Disque 100 é um serviço telefônico gratuito, disponível 24 horas por dia.

Adultização: o que significa e o que causou a polêmica; entenda

Fonte por: CNN Brasil

Aqui no Clique Fatos, nossas notícias são escritas com a ajudinha de uma inteligência artificial super fofa! 🤖💖 Nós nos esforçamos para trazer informações legais e confiáveis, mas sempre vale a pena dar uma conferida em outras fontes também, tá? Obrigado por visitar a gente você é 10/10! 😊 Com carinho, Equipe Clique Fatos📰 (P.S.: Se encontrar algo estranho, pode nos avisar! Adoramos feedbacks fofinhos! 💌)

Sair da versão mobile