Adoção de Energia Solar em Condomínios: Um Guia Completo

A crescente busca por condomínios sustentáveis e a redução de custos têm impulsionado a instalação de painéis fotovoltaicos em edifícios. Em 2024, segundo dados da Absolar, mais de 147 mil sistemas foram instalados, atendendo cerca de 228 mil imóveis brasileiros. Este guia detalha o processo completo, desde a proposta inicial até alternativas para superar resistências e limitações técnicas.

Aprovação em Assembleia: O Primeiro Passo

A instalação de painéis solares em condomínios exige a aprovação dos moradores em assembleia. A legislação brasileira determina que mudanças em áreas comuns precisam de votação, e, em geral, metade mais um dos presentes já é suficiente para aprovar a ideia. O primeiro passo é conversar com o síndico para incluir o assunto na pauta.

Para convencer os demais moradores, é crucial preparar um material robusto, incluindo orçamentos detalhados, simulações de economia mensal e exemplos de prédios similares que já implementaram a solução. É importante registrar todo o processo em ata, pois este documento será exigido pela concessionária de energia.

Custos de Instalação e Retorno do Investimento

O custo da instalação e geração de energia solar varia conforme o tamanho do sistema necessário. Para um condomínio médio com consumo mensal de R$ 2.000 nas áreas comuns, o investimento pode variar entre R$ 90.000 e R$ 100.000. No entanto, com uma economia de R$ 1.500 por mês, o sistema pode estar pago em cerca de 4 anos.

Os painéis solares possuem uma vida útil de 25 anos com garantia, o que significa que você terá mais 20 anos de contas de luz reduzidas. Com a popularização da modalidade, bancos públicos e privados oferecem financiamentos específicos, com parcelas que muitas vezes são menores que a economia gerada na conta de luz. Alguns condomínios também podem utilizar o fundo de reserva, mas isso depende de aprovação específica em assembleia.

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Manutenção e Considerações Importantes

A manutenção de painéis solares residenciais pode custar entre R$ 500 e R$ 1.000 por ano. Essa manutenção envolve limpeza dos painéis duas vezes ao ano e verificação dos inversores. Para condomínios, o valor pode ser maior, dependendo do tamanho do sistema. É importante definir quem será responsável pela manutenção, muitas empresas oferecem contratos de manutenção preventiva.

Outro ponto crucial é o acesso aos painéis. Se o telhado do prédio não tiver entrada adequada, será necessário providenciar uma solução antes da instalação, evitando custos extras. Além disso, a estrutura do prédio precisa suportar o peso adicional dos painéis, que pode passar de uma tonelada. Um laudo técnico com ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) é obrigatório para verificar essa capacidade.

Espaço Necessário e Alternativas

Para implementar energia solar em um prédio, cada quilowatt instalado precisa de cerca de 7 metros quadrados livres. O local ideal deve receber sol direto a maior parte do dia, sem sombra de prédios vizinhos ou árvores grandes. O telhado é o local mais comum, mas coberturas de garagem, lajes de áreas comuns e até paredes externas ensolaradas podem ser aproveitadas. A orientação correta é voltada para o norte, no Brasil.

Quando a assembleia não aprova ou o prédio não tem espaço, existe a opção de energia solar coletiva através de fazendas solares. O condomínio aluga cotas de energia produzida em outro local e recebe desconto na conta de luz. Prédios antigos, com restrições arquitetônicas ou falta de consenso entre moradores, encontram nessa modalidade uma forma de economizar. Cada morador pode até contratar sua cota individual, sem depender de decisão coletiva.

Segundo a Absolar, a energia solar já evitou a emissão de 66,6 milhões de toneladas de CO² no Brasil. Seja com painéis próprios ou fazendas solares, condomínios que adotam essa tecnologia economizam dinheiro e ainda contribuem para um modelo sustentável.