Conab faz compra de 110 mil toneladas de arroz visando impulsionar a produção no Rio Grande do Sul
Para Edgar Pretto, este é o momento de incentivar os produtores com valores adequados. O investimento será de R$ 150 milhões.

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, anunciou na manhã desta terça-feira (15) a aquisição de 110 mil toneladas de arroz para a formação de estoque regulador e para incentivar os produtores a plantarem a próxima safra.
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O anúncio ocorreu em uma coletiva de imprensa na sede do Conab, em Porto Alegre. Pretto estava acompanhado do presidente da Federação dos Arrozeiros (Federarroz), Denis Dias Nunes, e da representante da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Andressa Silva.
Pretto destacou que o preço médio do produto no Rio Grande do Sul está em R$ 65,56 a saca de 50kg e a safra que terminou de ser colhida atingiu 12 milhões de toneladas, o que ocasionou a queda dos preços ao produtor. Ele mencionou que no ano passado o arroz foi comercializado a R$ 110,00 a saca, devido aos prejuízos causados pela enchente. Para não desestimular os produtores, a Conab está lançando os Contratos de Opção de Venda (COV) a R$ 73,00 a saca para entrega em agosto, R$ 73,48 para entrega em setembro e R$ 73,95 para entrega em outubro.
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Ele recordou que “nestas ocasiões os produtores tendem a diminuir as áreas plantadas, por isso o governo se utiliza de políticas públicas para estimulá-los”. O presidente da Federarroz confirmou que a entidade fica na obrigação de aconselhar os arrozeiros a diminuírem as áreas plantadas para que não tenham prejuízos. “Os custos da lavoura são muito altos, muitos estão pedindo a securitização das dívidas por conta dos juros elevados e os preços baixos do produto”.
Uma mediação
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Pretto também explicou que, além de proteger os consumidores contra a especulação dos preços altos, o papel da Conab é proteger os produtores dos preços muito baixos. “Precisamos buscar uma estabilidade nos preços para garantir a segurança alimentar. Para que os consumidores possam adquirir a alimentação e os produtores sigam plantando.”
Ele recordou que o Brasil sempre possuía estoques reguladores, porém estes foram eliminados nos últimos 11 anos. “Aqueles governos afirmavam que o mercado se autorregulava, mas comprova-se que isso não é correto. Assim, estamos retomando as políticas públicas para que a população se alimente e os produtores recebam preços justos.” Conforme Pretto, no segundo governo da presidenta Dilma Rousseff a Conab chegou a ter um estoque de 12 milhões de toneladas de arroz.
A representante da Abiarroz, Andressa Silva, afirmou que o Brasil é autossuficiente em arroz e ainda possui excedente que é exportado. O principal comprador internacional de arroz é o mercado norte-americano. “Não sabemos como ficará esta situação com a taxação de 50% anunciada pelo presidente Trump.”
Pretto afirma que a qualidade do arroz gaúcho e brasileiro é um fator determinante no mercado internacional, porém o consumo interno é elevado, com estimativas de 12 milhões de toneladas anualmente.
O sistema de contratação anunciado COV difere do normalmente utilizado, Aquisição do Governo Federal (AGF). “É um contrato que deixa ao produtor a opção de vender ao mercado caso os preços sejam melhores”, explicou o presidente da Conab.
O arroz adquirido pode ser armazenado em instalações próprias da Conab ou em armazéns privados alugados, sempre próximos às regiões produtoras. “Quando o contrato for efetivado no final de agosto, a Conab já terá o recurso assegurado para fazer o pagamento. Estamos prontos para receber esse arroz nos nossos estoques, inclusive com parceria do setor privado”, finalizou Pretto.
Em 2023, o governo federal disponibilizou R$ 1 bilhão para aquisição de até 500 mil toneladas de arroz via COV. Contudo, houve baixa adesão dos produtores gaúchos, com apenas 91 mil toneladas sendo negociadas.
Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Lucas Almeida
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.