Comunidade do bairro Mário Quintana solicita expansão da rota de transporte público até o centro da capital
O vereador Erick Dênil propôs uma audiência pública que contou com a presença de representantes do poder público na comunidade.

Os moradores das comunidades Marista, Timbaúva e Recanto, no bairro Mário Quintana, zona norte de Porto Alegre, têm dificuldades diárias devido à falta de atendimento direto da linha A63 até o centro da cidade.
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Essa situação incentivou o encontro organizado pela Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal, ocorrido na última quinta-feira (10), no Centro Social Urbano Marista (Cesmar). A reunião descentralizada visava discutir o transporte coletivo como um direito humano e analisar possibilidades para garantir o acesso pleno à cidade.
A audiência pública, proposta pelo vereador Erick Dênil (PCdoB), presidente da comissão, contou com a presença de representantes do poder público, de empresas de transporte e da comunidade.
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Participaram do evento os representantes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Sérgio Boff e Tiago Bueno, a diretora de Transportes, Maria Cristina Molina, o gerente operacional da Nortran Transportes Coletivos, Lucas Fornazari, o supervisor operacional da Nortran, Renato Rodrigues, o representante da Mob (Mobilidade em Transportes), Fagner Quebin, o fiscal da MOB (Mobilidade em Transportes), Everton Taborda, a diretora da Escola de Ensino Fundamental Júlio Brunelli, Vanice Loose, a diretora da Escola de Educação Infantil Criança Cidadã, Vanice Loose, a representante do Conselho Estadual de Educação, Iara Farias, o vereador Marcelo Bernardi (PSDB), o vereador Alexandre Bobadra (PL), o representante do Conselho Estadual de Educação, Antônio Saldanha e a representante do Cesmar, Rose Ceroni.
Na abertura, Dênil ressaltou que a reunião visava dar andamento a uma demanda antiga dos moradores. Ele explicou que a linha A63 necessita ser estendida até dentro das comunidades Coometal, Alexandrina, Ocupação São Luiz e Fátima, assegurando trajeto direto ao Centro. “Hoje é um transtorno e o trabalhador paga a conta duas vezes. O término da linha está no Triângulo, onde a maioria precisa pegar outro ônibus para ir ao Centro. No verão, caminham sob o sol forte; no inverno, enfrentam chuva e frio. E ainda há o risco da insegurança, especialmente para as mulheres”, pontuou o parlamentar.
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Dênil comentou que essa transferência para outro ônibus prejudica bastante. Vivemos em uma comunidade com mais de 15 mil usuários do transporte público. As pessoas buscam qualidade e acesso, pois dependem unicamente do transporte para se deslocar ao Centro. A comunidade não pede nada além do que é um direito humano. O acesso à cidade é fundamental.
Ele argumenta que a comunidade se beneficia, a empresa aumenta sua base de usuários e o executivo consegue solucionar o problema. “Isso é bom para todos. Ainda estamos construindo no diálogo. A comunidade espera não ter que tomar medidas mais drásticas. O povo está cansado de enrolação e quer que a prefeitura encontre a solução, pois essa é uma demanda antiga.” O vereador declarou que, desde o início do ano, estão sendo realizadas ouvidanças com moradores nos bairros e nas áreas centrais. Um abaixo-assinado com mais de 5 mil assinaturas foi entregue à prefeitura.
O morador do bairro Mário Quintana Maurício da Rosa, de 53 anos, relatou o motivo de sua saída de casa na noite de quinta-feira: “Acredito que a união faz a força. Sou cadeirante e minha esposa teve AVC e sofremos muito tendo que utilizar transporte de dois ônibus para ir até o Centro e dois para voltar. Espero que resolvam essa situação”.
A residente da comunidade Marista Catarina Ferreira, de 59 anos, e seus filhos que moram no Centro, necessitam do transporte público. “No final, eles acabam vindo me visitar poucas vezes, devido ao alto custo do transporte coletivo. E ainda uso muleta e tenho dificuldade para caminhar e pegar o outro ônibus até o Centro”, lamenta a moradora.
Conforme o vereador, a proposta de descentralizar as reuniões da Cedecondh visa aproximar o poder público das comunidades e construir, de forma participativa, soluções para os problemas urbanos. “Ainda estamos no diálogo, mas a população está cansada de promessas. Esperamos que a prefeitura encontre uma solução e que medidas mais drásticas não sejam necessárias”, alertou.
Durante a reunião, Dênil apresentou o traçado sugerido da nova rota em um mapa e propôs, em conjunto com a comunidade, um projeto piloto de seis meses para avaliar a viabilidade da mudança. Ele também propôs a criação de um grupo de trabalho composto por lideranças comunitárias, parlamentares e integrantes do Executivo. Contudo, os representantes da prefeitura não aceitaram, de pronto, a proposta. A análise da demanda será conduzida internamente na Secretaria de Mobilidade Urbana.
Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.