Compreenda os motivos pelos quais a Ucrânia está ampliando os ataques contra a infraestrutura energética da Rússia

A operação de Kiev causa escassez de combustível e aumenta a inflação na Rússia, afetando a capacidade bélica.

23/08/2025 21:39

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Compreenda os motivos pelos quais a Ucrânia está ampliando os ataques contra a infraestrutura energética da Rússia
(Imagem de reprodução da internet).

O incremento estratégico nos ataques ucranianos às refinarias de petróleo russas provocou o aumento dos preços da gasolina na Rússia a patamares históricos, mesmo com a proibição do governo das exportações de gasolina em resposta à crise.

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A Ucrânia está concentrando ataques com drones em refinarias, estações de bombeamento e trens de combustível, buscando afetar a máquina de guerra russa – também para dificultar a vida diária na Rússia. O verão registra o aumento da demanda por gasolina entre motoristas e agricultores russos.

Drones ucranianos danificaram pelo menos dez instalações de energia russas somente neste mês, conforme apuração da CNN.

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A estratégia parece estar dando resultado. As refinarias afetadas respondem por mais de 44 milhões de toneladas de produtos anuais – mais de 10% da capacidade da Rússia –, segundo o serviço de inteligência ucraniano.

A mira estava na grande refinaria Lukoil em Volgograd, a maior do sul da Rússia. A CNN localizou nuvens de fumaça saindo da instalação, que foi atingida nas primeiras horas de 14 de agosto. O Ministério da Defesa russo confirmou os danos à fábrica, que sofreu um novo ataque em 19 de agosto.

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Uma grande refinaria em Saratov, também no sul da Rússia, foi atacada no início deste mês. Incêndios continuaram a queimar sábado em outra refinaria, na região de Rostov, mais de dois dias após o ataque, segundo Robert Brovdi, comandante dos Sistemas Não Tripulados da Ucrânia.

Escassez de combustível e valores elevados.

A falta de combustível tem sido notada em diversas regiões da Rússia e na Crimeia anexada. O governador indicado pelo Kremlin, Sergey Aksyonov, atribuiu as carências a “questões logísticas” e declarou que o governo está “adotando todas as medidas necessárias para obter os volumes exigidos de combustível e assegurar a estabilidade dos preços”.

Um ativista de um grupo pró-ucraniano na Crimeia, o Yellow Ribbon, declarou no Telegram que o tipo de gasolina mais utilizado sumiu, e que “a percepção de que isso é consequência do eficiente trabalho dos drones na economia russa” não lhe permite desanimar.

Apesar dos incentivos do governo, os consumidores russos estão pagando mais na bomba.

Os preços de gasolina no atacado na bolsa de São Petersburgo aumentaram quase 10% neste mês, e aproximadamente 50% desde o início do ano.

A maior parte desse aumento está sendo repassada aos consumidores, principalmente na região do extremo oriente russo. Especialistas não preveem alívio por pelo menos um mês, mesmo com o governo russo ter imposto um embargo às exportações de gasolina no final de julho – o que, por sua vez, favoreceu o aumento nas exportações de petróleo bruto.

Infelizmente, nossa projeção é desfavorável por enquanto – provavelmente teremos que esperar pelo menos mais um mês para os preços caírem, disse Sergey Frolov, sócio-gerente da NEFT Research, ao jornal russo Kommersant. A publicação afirmou que a alta nos preços neste mês deve-se a acidentes em refinarias de petróleo.

Os militares apresentam menor impacto devido à sua necessidade primária de diesel, cuja oferta é menos suscetível a interrupções.

Um novo enfoque.

As forças militares e de inteligência ucranianas conduziram uma guerra de longo alcance por meio de drones, mísseis e ações de sabotagem, mesmo com um conflito distinto em curso no terreno.

O exército declarou, em julho, que ataques de longo alcance em 2023 provocaram prejuízos de 74 bilhões de dólares, com quase 40% dos ataques situados a mais de 500 quilômetros dentro da Rússia.

Não é possível verificar tais alegações, mas há bastante evidência visual dos danos causados às refinarias, tanques de armazenamento e estações de bombeamento nos últimos meses. Reparar essa infraestrutura é complicado devido às sanções europeias e americanas.

Em um relatório publicado na quinta-feira (21), o serviço de inteligência estrangeira da Ucrânia informou que empresas russas estavam comprando petróleo com urgência de Belarus para atender às escassezes domésticas.

A refinaria estatal de Belarus, Belneftekhim, declarou que, na última semana, o interesse em produtos petroquímicos bielorrussos no mercado russo aumentou.

A Ucrânia também busca impedir as exportações russas de petróleo. Na semana passada, seus drones atacaram o gasoduto Druzhba, que abastece a Hungria e a Eslováquia – dois países da UE cujos governos mantêm boas relações com Moscou.

Ambos expressaram sua insatisfação perante a União Europeia, afirmando que “com esses ataques, a Ucrânia não está principalmente prejudicando a Rússia, mas a Hungria e a Eslováquia”.

O presidente dos EUA, Donald Trump, também interveio, afirmando em uma nota escrita à mão ao primeiro-ministro húngaro Viktor Orban que ele estava “muito irritado” com a interrupção.

Ataque ucraniano

Para a Ucrânia, diante das pressões nos campos de batalha, ataques ao setor industrial da Rússia representam uma estratégia para desafiar a narrativa de Moscou de que sua vitória é, em última análise, inevitável.

A Ucrânia busca expandir seu estoque de armamentos de longo alcance e, na semana anterior, apresentou um míssil de cruzeiro fabricado internamente denominado Flamingo. A empresa responsável visa produzir 200 unidades mensais.

O especialista em mísseis Fabian Hoffman declara que, para um alvo vulnerável, como as torres de destilação das refinarias russas, por exemplo, o alcance letal do Flamingo excederia os 38 metros. Isso poderia resultar em danos significativos.

Analistas não preveem que milhares de postos de gasolina russos entrem em falta de combustível, mas acreditam que a interrupção agravará a já elevada inflação e poderá levar à extensão do embargo de exportações de gasolina até o outono, com o Kremlin buscando conter os preços e assegurar o abastecimento.

Fonte por: CNN Brasil

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