Vladimir Putin exige que a Ucrânia abandone toda a região leste do Donbas, renuncie às ambições de adesão à OTAN, permaneça neutra e mantenha as tropas ocidentais fora do país, informaram à Reuters três fontes próximas ao pensamento de alto nível do Kremlin.

O presidente russo teve uma reunião com Donald Trump no Alasca na sexta-feira (15) e dedicou quase todas as três horas da cúpula Rússia-EUA, que ocorreu após mais de quatro anos, a discussão de um possível acordo sobre a Ucrânia, segundo fontes que preferiram manter o anonimato para tratar de assuntos delicados.

O novo esboço da proposta do presidente russo manteve sua demanda de que a Ucrânia se retire totalmente das áreas do Donbas que ainda ocupa, segundo três fontes.

Em contrapartida, Moscou interromperia as linhas de frente em Zaporizhzhia e Kherson, segundo as fontes.

O professor do departamento de Política da Rússia e do Leste Europeu na Universidade de Oxford, Dr Marnie Howlett, afirma que a Rússia não demonstrou “nenhuma indicação de que deseja interromper esta guerra”, uma vez que adquiriu a região de Donetsk-Luhansk e, caso essas regiões sejam conquistadas pela força, ela “prepararia o terreno para futuras invasões”.

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Os Estados Unidos estimam que a Rússia controla aproximadamente 88% de Donbas e 73% de Zaporizhzhia e Kherson.

O presidente Volodymyr Zelensky rejeitou consistentemente a proposta de recuo das terras ucranianas reconhecidas internacionalmente, afirmando que a região industrial do Donbas funciona como um baluarte que impede o avanço das forças russas no território ucraniano.

“Há muita verdade no argumento de que se essas regiões forem tomadas pela força, Donetsk e Luhansk ou Donbas, isso só irá preparar o terreno para novas e adicionais invasões da Rússia”, diz Howlett.

Trump afirmou que deseja pôr fim ao “banho de sangue” da guerra e ser lembrado como um “presidente pacificador”. Ele declarou na segunda-feira (18) que iniciara a organização de um encontro entre os líderes russos e ucranianos, que seria seguido por uma cúpula trilateral com o presidente dos EUA.

Howlett afirma que o povo ucraniano possui vínculos com o solo e simplesmente “não vai desistir de lutar”.

“O exército é um exército civil. Estes são voluntários que arriscaram suas vidas, que não eram anteriormente militares”. Diz Howlett. “E assim desistir de terras realmente seria questionar muitas coisas, mas principalmente, se todas as vidas perdidas foram em vão”.

Fonte por: CNN Brasil