Como será conduzida a seleção do próximo líder espiritual do budismo tibetano

O líder budista declarou que a organização prosseguirá após sua falecimento.

02/07/2025 15:19

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Como será conduzida a seleção do próximo líder espiritual do budismo tibetano
(Imagem de reprodução da internet).

O líder espiritual do budismo tibetano, Dalai Lama, anunciou que haverá um sucessor após sua morte, assegurando a continuidade da tradição secular. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (2), data que também antecede o aniversário de 90 anos do religioso, comemorado no domingo (6).

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O Dalai Lama é central no budismo tibetano e, segundo o site oficial da figura religiosa, representa o desejo de alcançar a iluminação completa. Os Dalai Lamas também teriam jurado renascer no mundo para auxiliar todos os seres vivos.

A tradição tibetana relata que o espírito de um monge budista idoso reencarna após sua morte. O 14º Dalai Lama nasceu como Lhamo Dhondup em 6 de julho de 1935, em uma família de agricultores na província atual de Qinghai, no extremo noroeste da China.

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Ele foi reconhecido como a reencarnação aos dois anos de idade por uma equipe de busca enviada pelo governo tibetano. A decisão foi tomada com base em diversos sinais, incluindo uma visão revelada a um monge sênior, segundo o site do Dalai Lama. Os pesquisadores se convenceram quando o menino identificou os pertences do 13º Dalai Lama com a frase: “É meu, é meu”.

Em fevereiro de 1940, Lhamo Thondup foi formalmente nomeado líder espiritual dos tibetanos em uma cerimônia no Palácio de Potala, em Lhasa, atual capital da Região Autônoma do Tibete.

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Descubra o processo de seleção do seu herdeiro.

O Dalai Lama reside em exílio no norte da Índia desde 1959, após escapar de um levante malsucedido contra o governo comunista de Mao Zedong.

No livro “Voz para os Sem Voz”, lançado em março de 2025, o Dalai Lama afirmou que seu sucessor nasceria fora da China. Ele mencionou que revelaria informações sobre sua sucessora por volta de seu 90º aniversário.

Inicialmente nesta semana, ao se dirigir em um evento na cidade de Dharamshala, no norte da Índia, declarou: “Existirá algum tipo de estrutura para abordar a continuidade da instituição dos Dalai Lamas”.

Anteriormente, em um pronunciamento de 2011, o Dalai Lama relatou como budistas profundamente esclarecidos poderiam exibir uma manifestação iminente ao falecer. Certos estudiosos conjecturaram que ele estaria considerando a preparação de um herdeiro em vida, contudo, representantes do governo tibetano afirmaram que tal cenário era pouco provável.

O parlamento tibetano no exílio, com sede em Dharamshala, juntamente com o Dalai Lama, declarou que um sistema foi implementado para que o governo exilado continue suas atividades enquanto os membros do Gaden Phodrang Trust identificam e legitimam o sucessor do 14º Dalai Lama.

A China afirma que seus líderes possuem o direito de decidir sobre o sucessor do Dalai Lama, e que um ritual de seleção, no qual os nomes de potenciais reencarnações são retirados de uma urna de ouro, foi realizado em 1793, na dinastia Qing.

Após as horas do anúncio do Dalai Lama, o Ministério das Relações Exteriores da China reiterou que a China deve aprovar a reencarnação.

A sucessão do Dalai Lama deverá seguir as leis e regulamentações chinesas, bem como aos rituais religiosos e convenções históricas, declarou Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em uma entrevista coletiva regular.

A China afirma que a sucessão espiritual do Dalai Lama deve ser determinada pelas leis nacionais que regulamentam o emprego da urna de ouro e o nascimento de reencarnações no território chinês.

Ele solicitou, em sua obra, que os tibetanos não aceitassem um candidato selecionado por motivos políticos por ninguém, incluindo aqueles da República Popular da China, utilizando o nome oficial do país.

Com informações de Krishna N. Das, da Reuters.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.