Nos últimos dias, vários vídeos incrivelmente realistas produzidos por inteligência artificial se tornaram virais nas redes sociais. As imagens têm causado estranhamento em muitos usuários, que encontram dificuldade em diferenciar o que é genuíno do que foi criado por computador.

A grande maioria destes vídeos é produzida utilizando o Veo, ferramenta de IA do Google que permite a criação de vídeos de até 8 segundos a partir de um texto. O Veo tem se notado pela qualidade das imagens, pela inclusão de áudio ambiente e vozes realistas, e pelo aprimoramento de algumas “questões” típicas de vídeos gerados por IAs anteriormente.

Diante dos avanços tecnológicos em curso, com a velocidade das inovações e a capacidade de criar imagens cada vez mais realistas por meio de inteligência artificial, como podemos distinguir o que é genuíno e o que não é na internet?

Como detectar vídeos produzidos por inteligência artificial

“Tem se tornado cada vez mais difícil identificar os vídeos produzidos por inteligência artificial dos vídeos reais”, afirmou Ricardo Marsili, especialista em inteligência artificial. “Podemos prestar atenção a alguns detalhes, mas o principal problema é que, muitas vezes, quando estamos em um modo mais relaxado ao assistir nossas redes sociais, esses vídeos podem passar despercebidos.”

O gerente de projetos da escola de tecnologia Alura e especialista em IA, Fabrício Carraro, alertou que, para discernir a realidade, será fundamental adotar uma postura de ceticismo crítico em relação a qualquer conteúdo, seja visual ou em áudio, compartilhado online. O futuro da informação dependerá, em grande parte, da nossa capacidade individual e coletiva de questionar, verificar e compreender os limites existentes.

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Ainda assim, especialistas destacaram certos aspectos que, observados com cuidado, podem indicar se um vídeo é autêntico ou gerado por inteligência artificial.

Marcas d’água

Certos softwares de inteligência artificial frequentemente inserem uma marca d’água nas imagens. Vídeos produzidos com o Google, por exemplo, geralmente incluem a palavra “Veo” no canto inferior direito, além de uma marca d’água invisível chamada SynthID, que se encontra nos dados do arquivo gerado e é mais difícil de remover ou modificar.

“Mas sempre haverá pessoas que tentarão remover essa marca d’água ou alterar de alguma forma”, ressaltou Marsili. “Sempre haverá quem desenvolva e quem tente burlar, mas as empresas estão preocupadas com isso e estão desenvolvendo sempre maneiras de dificultar a criação desses vídeos violando os seus termos de uso e também criando formas de você identificar depois os arquivos através de selos, marca d’água e afins.”

Suspeitar constantemente.

Apesar das orientações e da análise cuidadosa, os especialistas enfatizam que o mais crucial é ter ceticismo em relação a qualquer informação encontrada na internet.

“À medida que essa tecnologia evolui, fica mais difícil fazer essa distinção”, afirmou Carraro. “Se algo parecer espetacular demais para ser verdade, é preciso desconfiar e buscar em fontes confiáveis. O mais importante é sempre adotar uma postura de ceticismo crítico quando receber um vídeo no WhatsApp e em outras redes sociais a partir de agora.”

“A principal dica ainda é o contexto”, acrescentou Marsili. “Será que faz sentido aquilo que está sendo dito, o cenário que está sendo apresentado, as roupas que estão sendo usadas?”

Para esclarecer, ambos recomendam verificar a informação com fontes confiáveis para confirmar se ela é verdadeira ou falsa.

O Brasil se destaca entre os países que mais empregam inteligência artificial.

Fonte por: CNN Brasil