Como determinar o nível de glicose de forma segura e eficiente?

A Anvisa proibiu recentemente o uso de anéis que afirmam medir glicemia, devido à sua falta de embasamento científico. Especialistas defendem métodos se…

08/09/2025 17:01

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Como determinar o nível de glicose de forma segura e eficiente?
(Imagem de reprodução da internet).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu, na última semana, a comercialização, distribuição, fabricação, importação, manipulação, propaganda e uso de qualquer tipo de anel medidor de glicose. Em determinação publicada no último dia 2, a agência afirmou que a funcionalidade do produto não tem base científica.

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A Anvisa declarou que nenhum dos produtos apresenta eficácia comprovada e não possui registro sanitário na agência, além de que os anúncios empregam imagens de personalidades conhecidas com o objetivo de ludibriar os consumidores.

A proibição acende o alerta para as maneiras seguras e eficazes de medir a glicose, tanto para indivíduos com diabetes quanto para aqueles que desejam monitorar os níveis de açúcar no sangue. Em nota, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) ressalta que não é necessário coletar amostras de oxigenação e batimento cardíaco, mas, para a medição da glicose, é necessário o sangue ou o interstício.

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A medição ideal da glicose para o diagnóstico de diabetes é por meio de uma coleta de sangue em jejum por um período de no mínimo 8 horas em laboratório, afirma Fernando Valente, diretor da SBD, à CNN.

Para pacientes com diabetes, a maneira mais rápida de medir a glicose é por meio de uma pequena picada no dedo, conhecida como hemoglobina capilar. Outra opção é utilizar um sensor implantado na parte posterior do braço.

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A frequência para medir a glicose no sangue varia de acordo com cada indivíduo e seu estado de saúde. Uma pessoa com diabetes tipo 1, por exemplo, utiliza insulina antes de cada refeição. Contudo, para isso, é necessário medir a glicose na ponta do dedo, ou por meio do sensor de glicose, pelo menos, quatro vezes ao dia, conforme Valente.

O especialista afirma que a mesma frequência é indicada para gestantes com diabetes tratadas com insulina e para uma minoria de pessoas com diabetes tipo 2 que utilizam os dois tipos de insulina (de ação lenta e de ação rápida).

O indivíduo com diabetes tipo 2 que utiliza apenas insulina de ação lenta pode monitorar a glicemia com menor frequência (uma vez ao dia), considerando o risco de hipoglicemia e a estabilidade do tratamento.

Se a pessoa com diabetes tipo 2 não utilizar insulina, como ocorre na maioria dos casos, a glicemia pode ser medida de duas a três vezes por semana, mas deve ser monitorada com maior frequência em situações específicas: suspeita de hipoglicemia, mudança de medicação que eleve o risco de hipoglicemia (por exemplo, sulfonilureias), durante doença aguda, início de terapia com agentes que causem hipoglicemia ou quando necessário para educação e ajuste do estilo de vida, orienta Valente.

Pacientes com controle estável (glicemias dentro das metas, sem medicações hipoglicemiantes), a monitorização menos frequente é aceitável, segundo o especialista.

A dosagem de glicemia no exame de sangue pode ser feita a cada seis meses para pacientes com diabetes controlado, isto é, que apresente resultados dentro dos parâmetros desejados e sem sinais clínicos. “Para aqueles que estiverem acima das metas estabelecidas, recomenda-se a realização a cada três meses”, aconselha Valente.

Para quem não tem diabetes, a frequência do exame de sangue pode variar conforme a predisposição para desenvolver a doença, segundo o especialista. “Deve ser anual para aqueles com predisposição maior. Por exemplo, quem tem 35 anos ou mais, ou quem tem excesso de peso e algum fator de risco, como pressão alta, colesterol alto, tabagismo, pré-diabetes, histórico pessoal de diabetes na gestação ou familiar com diabetes”. Para os jovens sem fatores de risco, pode ser a cada três anos, afirma.

Mais de 800 milhões de pessoas vivem com diabetes em todo o mundo, segundo estudo.

Fonte por: CNN Brasil

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.