Comitiva do governo Lula visita Rio de Janeiro após megaoperação policial
Uma nova comitiva do governo Lula (PT), composta pelas ministras dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, chega ao Rio de Janeiro nesta quinta-feira (30) para acompanhar os desdobramentos da megaoperação policial nos Complexos da Penha e do Alemão, que resultou em pelo menos 120 mortes.
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Durante a visita, os representantes federais irão até a Penha, na zona norte, acompanhados de parlamentares. A Serra da Misericórdia, que liga as duas comunidades, foi o local do principal confronto, onde foram encontrados ao menos 72 corpos. A comitiva inclui os deputados federais do Rio de Janeiro Pastor Henrique Vieira (Psol), Talíria Petrone (Psol), Tarcísio Motta (Psol), Chico Alencar (Psol) e Reimont (PT), que preside a Comissão de Direitos Humanos na Câmara Federal.
Reunião e vistoria no IML
A agenda prevê uma vistoria no Instituto Médico Legal (IML) e uma reunião com a presença das ministras, parlamentares e mais de 20 organizações de direitos humanos, intitulada “Rio Sem Chacina”, que ocorrerá na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), às 18h.
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O encontro visa a criação de um gabinete de crise sobre segurança pública no estado.
A iniciativa é uma colaboração entre o mandato da deputada estadual Dani Monteiro, que preside a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, a Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados, liderada pelo deputado Reimont (PT-RJ), e os ministérios dos Direitos Humanos e da Cidadania e Igualdade Racial.
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Acolhimento às famílias e denúncias de violações
Nas redes sociais, a ministra Anielle Franco destacou que a prioridade é o acolhimento das famílias afetadas pela violência, além de retomar os serviços públicos interrompidos desde terça-feira (28). Ela ressaltou que a luta diária é pela redução das desigualdades e pela criação de oportunidades para todos.
Familiares de vítimas da operação denunciam graves violações de direitos humanos e execuções sumárias. A comitiva de parlamentares também acompanhará os procedimentos periciais no IML junto às famílias. O advogado Guilherme Pimentel, coordenador técnico da Rede de Atenção a Pessoas Afetadas pela Violência de Estado (RAAVE), afirmou que a intervenção do governo federal é essencial para evitar mais “derramamento de sangue” no Rio de Janeiro.
Demandas por responsabilidade do Estado
Pimentel defende que a intervenção federal é necessária para interromper o uso político da violência, afirmando que o massacre foi uma manobra antecipatória das eleições de 2026. A RAAVE, composta por mães de vítimas de violência estatal, busca nacionalizar as políticas públicas voltadas para essas famílias.
Ele enfatiza que o Estado brasileiro deve responder perante a comunidade internacional por esse crime contra a humanidade, e que as instituições federais precisam assumir a responsabilidade de garantir acolhimento imediato a todas as pessoas afetadas pela violência.
