A Comissão Europeia iniciou uma análise aprofundada da proposta de aquisição da divisão de níquel da MMG, subsidiária da China Minmetals Corporation, no Brasil. A decisão foi tomada na terça-feira, 4 de novembro de 2025, após o órgão regulador identificar potenciais problemas de concorrência no mercado de ferroníquel, uma liga metálica essencial na fabricação de aço inoxidável.
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Fase II da Investigação
A investigação, denominada “Fase II”, foi instaurada devido à avaliação da Comissão de que os compromissos apresentados pela MMG eram insuficientes para resolver as questões de competição. Segundo informações da Comissão, as propostas tinham um caráter “puramente comportamental”, sem incluir mudanças estruturais que pudessem mitigar os riscos competitivos.
Impacto Potencial no Mercado Europeu
A análise preliminar da investigação sugere que a aquisição pela MMG poderia prejudicar o fornecimento de ferroníquel produzido no Brasil aos produtores europeus de aço inoxidável. A situação é considerada crítica, pois os clientes europeus têm acesso limitado a fontes alternativas desse recurso.
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“O ferroníquel é um insumo fundamental para os produtores europeus fabricarem aço inoxidável de alta qualidade e de baixa emissão a preços competitivos, o que é crítico para muitos setores”, afirmou uma vice-presidente executiva para a Comissão Europeia.
“Nossa investigação tem como objetivo verificar se essa concentração poderia comprometer o acesso contínuo e confiável na Europa a esse importante recurso”, completou, em nota.
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Prazo e Implicações
A transação entre a MMG e a Anglo American foi formalmente notificada à Comissão em 16 de setembro de 2025. Com o início da “Fase II”, o órgão regulador europeu tem 90 dias úteis – até 20 de março de 2026 – para tomar uma decisão final.
A situação pode resultar em aumento nos custos de produção e afetar a capacidade dos fabricantes europeus de competir tanto dentro da União Europeia (União Europeia) quanto globalmente.
Detalhes da Transação
A MMG atua na exploração, desenvolvimento e produção de metais básicos, principalmente cobre e zinco, para mercados industriais globais, com operações na Austrália, Botsuana, República Democrática do Congo e Peru. O alvo da aquisição compreende duas instalações operacionais de ferroníquel e 2 projetos de desenvolvimento localizados no Brasil.
O principal ativo é a operação Barro Alto (Barro Alto, Goiás), uma mina a céu aberto integrada com instalações de fundição e refinamento que produzem ferroníquel de baixo carbono. O negócio também inclui as operações da Codemin (Niquelândia, Goiás), e os projetos não desenvolvidos Jacaré, (São Félix do Xingu, Pará), e Morro Sem Boné (perto de Vilhena, na fronteira entre Rondônia e Mato Grosso).
A Comissão Europeia tem o dever de avaliar fusões e aquisições envolvendo empresas com faturamento acima de determinados limites, conforme estabelecido no Artigo 1º do Regulamento de Fusões da UE.
