Na segunda-feira (1º), milhares de manifestantes ocuparam as ruas próximas ao centro de Chicago, exibindo cartazes em protesto contra as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o envio de tropas da Guarda Nacional e agentes de imigração federais à cidade.

A marcha foi um dos aproximadamente mil protestos “Trabalhadores contra bilionários” em todo o país no feriado do Dia do Trabalho nos EUA.

A demonstração de Chicago apresentou um caráter notavelmente mais direto, visto que os habitantes ficaram irritados com a declaração de Trump de atacar a cidade em uma mobilização parecida àquelas que estão sendo realizadas em Los Angeles e Washington, duas outras cidades governadas por democratas.

Em seu pronunciamento à população, o prefeito Brandon Johnson assegurou que Chicago enfrentará a invasão federal.

“Esta é a cidade que defenderá o país”, declarou, recebendo aplausos dos manifestantes que exibiam bandeiras de Chicago com listras azuis.

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Enquanto a multidão passava pela cidade, pessoas sentadas nos estabelecimentos e veículos apitavam em apoio à manifestação.

Estima-se que entre 5 mil e 10 mil pessoas participaram, ainda que a Reuters não tenha confirmado o número com as autoridades locais.

Os manifestantes expressaram preocupação com a possibilidade de Trump enviar a Guarda Nacional e mais agentes do ICE, agência federal dos Estados Unidos responsável pela aplicação das leis de imigração e alfândega.

Donald Trump voltou a destacar Chicago nas últimas semanas devido a atos violentos, descrevendo a cidade como “um caos”, “um inferno” e um “campo de extermínio”.

Durante o protesto, os moradores de Chicago declaravam que a Guarda Nacional não é uma solução para o crime na cidade. “Há um problema de criminalidade”, afirmou Yvonne Spears, de 67 anos, “mas a Guarda Nacional deve lutar por nós, não contra nós”.

Os índices de homicídios na terceira maior cidade do país diminuíram nos últimos anos, conforme os dados de criminalidade locais. Apesar de uma pesquisa da Universidade de Chicago de 2025 indicar que aproximadamente metade dos moradores de Chicago se sentia inseguro em seus bairros à noite, diversos manifestantes expressaram-se como se sentiam seguros na cidade.

As autoridades municipais e estaduais já elaboraram medidas para defender Chicago das tropas federais e devem, provavelmente, iniciar uma série de ações judiciais questionando o destacamento, que, segundo especialistas jurídicos, violaria a Constituição dos EUA e uma lei do século XIX que impede o Exército de aplicar leis nacionais.

O prefeito Johnson sancionou, no sábado, um decreto que determina que a polícia municipal não cooperará com agentes federais ou integrantes da Guarda Nacional, além de orientar que todos os policiais utilizem uniformes oficiais e não empreguem máscaras.

Paralelamente, organizações de defesa dos imigrantes se esforçaram para consolidar suas defesas diante das crescentes ameaças relacionadas à aplicação da lei de imigração, buscando ampliar o acesso a advogados, criar canais de comunicação direta e oferecer mais treinamentos sobre os direitos dos imigrantes.

“Os moradores daqui têm orgulho de que sejamos uma cidade santuário”, declarou Andrea Reyes, de 42 anos, referindo-se às políticas da cidade que restringem o envolvimento do governo local com a fiscalização federal de imigração.

Não acredito que funcionará se a Guarda Nacional for levada para cá.

Fonte por: CNN Brasil