Código de Conduta do STF: Uma Iniciativa em Linha com Democracias Ocidentais
O código de conduta proposto pelo presidente do STF, ministro Edson Fachin, reflete uma tendência observada nas principais democracias ocidentais. O texto se inspira na experiência do Tribunal Constitucional Federal da Alemanha, estabelecendo diretrizes claras para a atuação dos juízes.
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Entre as normas, destaca-se a permissão para que juízes aceitem presentes ou benefícios, desde que isso não comprometa a reputação do tribunal ou levante dúvidas sobre a independência e imparcialidade dos magistrados. A transparência é um princípio fundamental, exigindo que os juízes divulguem qualquer remuneração recebida por palestras ou eventos.
Diretrizes para Eventos e Remunerações
O documento também estipula que os eventos em que os juízes participam devem ser compatíveis com a dignidade do cargo. Embora a Alemanha permita que organizadores cubram despesas de viagem e hospedagem, a divulgação da remuneração é obrigatória.
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Nos Estados Unidos, um código de conduta similar proíbe que juízes permitam que relações pessoais ou financeiras influenciem suas decisões. Os magistrados podem gerenciar investimentos, mas devem evitar transações que possam explorar sua posição no tribunal.
Normas na Itália e na França
Na Itália, não existe um código específico para tribunais superiores, mas há diretrizes gerais que proíbem juízes de usar seu prestígio para promover interesses pessoais. Além disso, devem evitar interferências em promoções e atribuições de cargos.
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O Conselho Superior da Magistratura da França também possui regras para juízes e procuradores, estabelecendo que não devem aceitar presentes que possam comprometer sua imparcialidade. Os magistrados devem se afastar de casos onde tenham qualquer conexão que possa afetar seu julgamento.
Regras no Reino Unido e Propostas de Fachin
No Reino Unido, o “Guia para a Conduta Judiciária” proíbe que atividades pessoais ou profissionais dos magistrados criem conflitos de interesse. O documento enfatiza a necessidade de cautela ao aceitar presentes que possam ser interpretados como tentativas de influenciar decisões judiciais.
O código de conduta elaborado por Fachin também inclui regras sobre a participação em eventos e estabelece uma quarentena de um ano para ministros aposentados que desejam atuar em consultorias. A proposta ganhou destaque após um incidente envolvendo um ministro e um advogado em um caso sob relatoria do Supremo.
