Cobrir impostos para grandes fortunas, e não o cidadão brasileiro: manifestação em Porto Alegre defende a soberania nacional e questiona os encargos dos Estados Unidos sobre as exportações
A manifestação na Esquina Democrática congregou lideranças políticas, sindicais e sociais em oposição às ações do EUA.

Em Porto Alegre (RS), na Esquina Democrática, ocorreu uma manifestação em defesa da soberania nacional e contra o aumento de tarifas de importação proposto pelos Estados Unidos. A mobilização, organizada por partidos de esquerda, sindicatos e movimentos sociais, faz parte de uma agenda nacional de protestos que também exige alterações na política tributária brasileira.
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Com faixas e cartazes que diziam “Taxar os bilionários, não o povo brasileiro”, manifestantes criticaram a decisão do governo norte-americano de elevar tarifas sobre o aço e o alumínio do Brasil. Organizações presentes afirmaram que a medida representa interferência política e tentativa de pressionar autoridades brasileiras em processos internos, inclusive judiciais.
Lideranças partidárias e sindicais abordaram o tema, defendendo a união entre os movimentos populares e o debate público sobre a questão de quem paga os impostos no país. Amarildo Cenci, dirigente da Central Única dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul, afirmou que o cenário é de disputa política acirrada e que os setores populares devem se organizar para responder.
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Estamos diante de uma luta de classes em aberto. Uma parte do setor político e das elites brasileiras está procurando um caminho para se fortalecer em disputas futuras, tentando justificar esse descarte. Por trás das tarifas há uma disputa geopolítica e o interesse americano de nos manter como colônia. Só a nossa unidade vencerá, mas não é uma unidade só das milícias ou das vanguardas. É uma unidade que tem que trazer o povo para o nosso lado.
Ele também defendeu a realização do plebiscito popular sobre o sistema tributário. “Precisamos incluir nessa discussão toda a população que trabalha 44 horas semanais, que enfrenta jornadas extensas e assédio. Quem paga e quem não paga impostos neste país precisa ser debatido de forma ampla”, disse.
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A deputada estadual Sofia Cavedon (PT) ressaltou que a mobilização na capital gaúcha faz parte de um movimento articulado em diversas regiões do país. “Este ato se soma às manifestações de deputados no Congresso, de senadores, dos movimentos de rede que estão muito fortes, e de protestos de rua em outras cidades, como em São Paulo. O Brasil quer aprofundar as mudanças prometidas nas urnas com o presidente Lula. Queremos dizer aos povos do mundo que vamos defender a soberania de todos os países e a democracia global. E o presidente Lula não vai dizer isso sozinho, vai dizer conosco nas ruas”, afirmou.
A deputada federal Luciana Genro (Psol) também participou da manifestação e fez críticas ao governo norte-americano. “Essa taxação do governo dos Estados Unidos é uma tentativa evidente de interferência na soberania do país. É inaceitável usar tarifas alfandegárias para chantagear o governo ou o Supremo Tribunal Federal [STF] em defesa de quem atentou contra o estado de direito. Precisamos repudiar com força esse tipo de ação e unir todos os que são verdadeiramente patriotas”.
O político Marco Guerreri, que também falou na Esquina Democrática, recordou a trajetória de mobilização política em Porto Alegre e declarou que a cidade já enviou, no passado, mensagens em defesa da soberania popular. “Hoje é um dia importante de mobilização do povo gaúcho. Porto Alegre já deu esse recado há muito tempo com os Fóruns Sociais Mundiais, afirmando que o povo brasileiro é soberano. Nenhum presidente de outro país deve se intrometer em nossa democracia, principalmente para defender quem foi golpista. Aqui a lei funciona de maneira diferente”, afirmou.
Os organizadores do evento defenderam a importância de pressionar o Congresso Nacional para aprovar medidas que aumentem a tributação sobre grandes fortunas e grandes empresas, alegando que o sistema vigente pune de forma desproporcional a população de baixa renda.
Líderes enfatizaram que o protesto integra a campanha nacional por um plebiscito popular sobre o sistema tributário, visando mobilizar a sociedade em discussões sobre justiça fiscal e o financiamento de políticas públicas.
Novas manifestações estão previstas para os próximos dias em várias cidades do país, visando manter a discussão em evidência e pressionar autoridades a reexaminarem acordos internacionais e a estrutura tributária interna.
Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.