CNI: Má condição financeira e apreensão em relação às taxas de juros afetam a indústria no segundo trimestre

O setor industrial demonstrou as maiores dificuldades na obtenção de financiamentos durante o período.

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(Imagem de reprodução da internet).

A indústria brasileira apresentou uma deterioração nas condições financeiras ao longo do segundo trimestre em comparação com o primeiro, conforme apontou a Sondagem Industrial da CNI, divulgada nesta sexta-feira (18).

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O índice de satisfação dos industriais com as finanças dos negócios recuou 0,4 ponto, atingindo 48,4 pontos, aumentando a distância da linha de 50 pontos e sinalizando maior insatisfação em relação aos três primeiros meses do ano.

A CNI ressalta em seu estudo o aumento da apreensão entre os empresários em relação às taxas de juros do país. As altas taxas foram identificadas como uma das principais preocupações de 29,5% dos empresários entrevistados, um aumento de 2,4 pontos percentuais em comparação com o primeiro trimestre.

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Em 2024, o Banco Central interrompeu um ciclo de alta das taxas de juros iniciado no ano anterior. A partir de janeiro, os gestores da instituição monetária adotaram uma postura mais restritiva, elevando a taxa Selic para 15% ao ano na reunião de junho.

A pesquisa industrial aponta que o setor enfrentou maior dificuldade em conseguir financiamentos no período, com o índice de facilidade de acesso ao crédito reduzido em 0,5 ponto, atingindo 39,9 pontos.

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A deterioração das condições financeiras das empresas reflete a desaceleração da economia e as altas taxas de juros. Essa combinação compromete o faturamento e eleva alguns custos para a indústria, o que provoca um aperto financeiro crescente para os empresários, conforme avalia Marcelo Azevedo, gerente de análise econômica da CNI.

Outras preocupações ressaltadas pelos empresários incluíram a elevada carga tributária, mencionada por 36,7%, e a falta de demanda interna, apontada por 28,3%.

O setor observa o aumento da Utilização da Capacidade Instalada, que após registrar queda entre maio e junho, retomou a alta, atingindo 71% no mês de junho.

No entanto, a atividade industrial apresentou desempenho negativo em junho, com o Índice de Evolução da Produção registrando 47,2 pontos, indicando queda em relação a maio, quando atingiu 52 pontos.

Os indicadores da pesquisa que avaliam as previsões – exportação, demanda, compras de insumos e matérias-primas e empregados – apresentaram queda, contudo, mantêm-se em nível positivo, indicando, conforme a CNI, que os empresários ainda projetam crescimento nos próximos seis meses.

Fonte por: CNN Brasil

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.

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