PNI Busca Novos Mercados para Mitigar Impactos do Tarifaço
Em resposta aos impostos adicionais sobre produtos brasileiros, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) está implementando uma estratégia multifacetada para diversificar seus mercados e reduzir a dependência do mercado norte-americano. A entidade fechou um acordo com InvestSP para estabelecer escritórios de representação em Dubai, Nova York, Munique e Xangai, com o objetivo de identificar oportunidades comerciais e adaptar as indústrias brasileiras a novos mercados.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Representação Internacional e Análise de Acordos
Segundo Frederico Lamego, superintendente de Relações Internacionais da CNI, os novos escritórios se concentrarão em mapear fornecedores e distribuidores, além de avaliar normas regulatórias e técnicas de outros países. A entidade também está analisando acordos comerciais entre os EUA e outros países, buscando identificar brechas para usar como argumento em negociações com os Estados Unidos.
Negociação com os EUA e Estratégias Diversificadas
A CNI realizou uma missão a Washington em setembro, buscando abrir canais de diálogo para reverter ou reduzir as taxas adicionais de importação sobre produtos brasileiros. A comitiva, composta por cerca de 130 empresários, propôs explorar setores estratégicos como data centers, produção de combustível sustentável de aviação (SAF) e estudos sobre minerais críticos e terras raras.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Argumentos da CNI na Negociação
Lamego argumentou que a CNI apresentou a ideia de criar uma agenda positiva em áreas como minerais críticos, data centers e SAF, buscando colocar a disposição do setor privado para abrir um canal de negociação mais amplo do que apenas uma questão tarifária. A CNI também buscou argumentar junto ao USTR (Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos) que os acordos com a Índia e o México são restritos e limitados, e que a tarifa média praticada com o mercado norte-americano é inferior às implementadas no comércio com os indianos e mexicanos.
Apoio de Lobby e Plano Brasil Soberano
Para auxiliar nas negociações, a CNI contratou um escritório especializado em lobby. A entidade também acompanha os efeitos do Plano Brasil Soberano na indústria, que inclui medidas como o novo Reintegra, um programa que devolve aos exportadores brasileiros parte dos tributos pagos ao longo da cadeia produtiva, e a prorrogação do prazo para exportação de mercadorias com insumos beneficiados pelo regime de drawback.
