A Ascensão das “Treasury Companies” e o Bitcoin como Tesouraria

A estratégia de tesouraria envolvendo Bitcoin não é recente, sendo pioneira a Strategy (antiga MicroStrategy) há alguns anos. No entanto, a adoção dessa abordagem tem crescido significativamente, com empresas brasileiras como o Méliuz liderando o caminho. Essa tendência reflete um interesse crescente no Bitcoin como uma forma de investimento e gestão de ativos.

O que são “Treasury Companies”?

Uma “Bitcoin Treasury Company” é uma empresa de capital aberto que utiliza o investimento em Bitcoin como parte de sua estratégia de tesouraria. Empresas como o Méliuz têm apresentado um aumento expressivo de 46% em suas ações desde o início do ano, conforme dados do Google Finance, demonstrando o potencial dessa estratégia.

Evolução da Estratégia e Ferramentas Adicionais

Além do investimento direto em Bitcoin, a estratégia tem se expandido, buscando outras criptomoedas como Ether e Solana. Giovanni Vicioso, diretor executivo da CME, revelou que as “Treasury Companies” podem explorar ferramentas como contratos futuros para otimizar o rendimento de suas grandes reservas de criptomoedas.

Utilização de Contratos Futuros

Segundo Vicioso, “Quando você olha para essas empresas que estão adquirindo Bitcoin, fica uma situação de ‘eu tenho todo esse bitcoin, e agora? Como posso gerar rendimento adicional com esse Bitcoin que estou guardando?’ E isso é algo em que as estratégias em torno do uso de futuros podem ser a negociação de base para ajudar a gerar algum rendimento adicional”.

Troca por Físico e Liquidez dos Contratos

Vicioso também mencionou a possibilidade de utilizar a “troca por físico” através dos contratos futuros, permitindo que as empresas obtenham Bitcoin, Ether ou Solana à vista. Isso depende da liquidez dos contratos futuros subjacentes para ajudar a exposição e gerar rendimento.

Leia também:

Empresa ‘cria’ US$ 300 trilhões em dólar digital e intriga mercado global com stablecoin PYUSD

USDC deve triplicar de valor até 2027, alcançando US$ 220 bilhões, prevê Bernstein

Bitcoins de US$ 1 bilhão são transferidos após 3 anos parados e ataque à LuBian

Relação entre ETFs e Futuros

Giovanni Vicioso enfatizou que os ETFs e futuros de criptomoedas não são concorrentes, mas sim simbióticos, como a polinização cruzada de flores. O crescimento de um impulsiona o outro, devido à referência dos benchmarks dos ETFs às taxas de referência do CME CF.

Conclusão

A ascensão das “Treasury Companies” e o uso de ferramentas como contratos futuros representam uma nova fase no mercado de criptomoedas, com potencial para aumentar a liquidez e gerar rendimentos adicionais para empresas listadas em bolsa.