Claudia Raia, 58 anos, e Jarbas Homem de Mello, 55, apresentaram o espetáculo “Cenas da Menopausa” na última quinta-feira (12) no Teatro Claro MAIS, em São Paulo.

A obra, com esse nome, investiga as diversas situações experimentadas nessa fase — também vista como o “segundo ato” da vida feminina. Nele, os dois personagens ponderam sobre as incertezas, as angústias, os sonhos e os anseios que se manifestam com a maturidade e, com a menopausa.

Em entrevista à CNN, Claudia, que iniciou a apresentar os primeiros sintomas há oito anos, relata que sua vivência pessoal motivou a abordagem do tema, ainda considerado tabu, em eventos públicos.

Entrei na menopausa com 51 anos. Sofri uma intervenção do meu marido e dos meus filhos. Eles que descobriram que eu estava na menopausa, e eu toda sabichona achando que estava arrasando, brinca. Não percebi, porque a gente está acostumada a lidar com os problemas e resolver os problemas. Mulher é assim e eu achei que era cansaço, estresse, mas na verdade eu estava toda ruim e comecei a compartilhar isso nas minhas redes sociais, recorda.

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Jarbas, casado com a atriz desde 2018, afirma que todas as histórias apresentadas ao público são reais. “Levamos o que a gente ouviu ou o que a Claudia vivenciou no processo dela. Tem ainda o que eu vivenciei como marido nessa fase de menopausa e climatério dela”, acrescenta.

A menopausa traz consigo a percepção da finitude, afirma Claudia Raia.

A obra procura, além das transformações físicas e das dúvidas acerca da vida, da carreira e da autoimagem, quebrar o silêncio em relação às expectativas sociais impostas às mulheres na menopausa.

A menopausa está associada ao conceito de finitude. [É como se] terminou para você. Sua falência ovariana a torna inútil. Você não serve para mais nada. Isso está intrínseco em nossa mente, foi colocado pelo patriarcado que não lida com essa mulher tão poderosa, com essa mulher que representa 30% da economia mundial, que já possui sua autonomia financeira, artística, profissional e emocional.

Com letra e versões musicais de Anna Toledo, a produção é acompanhada de uma roda de conversa ao final. “Eu preciso dizer sobre a minha experiência, do que está acontecendo comigo. Às vezes, fica parecendo que a gente é super mulher, mulher maravilha, com a Claudia Raia nada acontece, mas acontece sim. Eu estou ruim igualzinho a vocês e quero dizer isso”, entrega Raia.

Essa roda tem sido um aprendizado valioso, ela nos nutre. Ouvimos relatos, confidências, há muita troca. Aprendemos com o público. Nós nos descobrimos nesse processo sobre a importância de abordar esse tema, o quanto isso impacta a vida das pessoas. É gratificante observar a transformação das pessoas, afirma Jarbas.

Arte, humor e saúde pública de origem diversa.

Finalmente, a protagonista recorda a importância de se ver a arte ocupando um espaço público. “Isso não esperávamos. A menopausa é saúde pública, e é função do Governo criar possibilidades para pessoas que não têm acesso à reposição hormonal e a todos os tratamentos necessários.”

“Nosso trabalho como artista consiste em apresentar-se no palco, abordar temas polêmicos e transformar isso em um serviço à sociedade.”

Serviço

Cenas da Menopausa

Entenda os mitos e fatos sobre a menopausa.

Fonte por: CNN Brasil