Cinco jovens, com idades entre 18 e 20 anos, foram detidos em uma operação conjunta da Polícia Civil de Minas Gerais e da Polícia Civil do Estado de São Paulo, na quarta-feira (18), durante a Operação Overlord, que visava uma célula neonazista que atuava nos dois estados.

Os agentes executaram mais cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Nova Lima e Poços de Caldas, além de Campinas, interior de São Paulo.

Os indivíduos foram presos devido à organização criminosa e pelo ato de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito por motivos de raça, cor, etnia, religião ou origem nacional, bem como pela fabricação, comercialização, distribuição ou veiculação de símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, com o objetivo de divulgar o nazismo.

Um dos suspeitos presos em São Paulo também armazenava conteúdo de pornografia infantil e foi autuado em flagrante por esse crime.

Durante a operação, os policiais apreenderam várias armas brancas (facas, machadinha, canivetes, espadas), socos-ingleses, tchecos, balestras (arco e flecha), barraca de acampamento, spray de pichação, fardamento paramilitar, algemas, arma de airsoft e isqueiros em formato de granada de mão. Além disso, foram apreendidos celulares, computadores, pen drives, videogame e máquinas digitais.

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Os agentes também descobriram livros com temas militares, sobre Adolf Hitler e armas de fogo, além de um caderno com anotações de símbolos nazistas (suástica) e emblema que supostamente continha o retrato de Theodore Kaczinsky – terrorista norte-americano preso por assassinar várias pessoas com o envio de cartas-bomba.

As investigações iniciaram em dezembro de 2023, após informações fornecidas pela Homeland Security Investigations, da embaixada dos Estados Unidos em Brasília.

Na ocasião, foi informado o envolvimento de indivíduos em uma rede social que divulgava discursos neonazistas, supremacistas e de ódio contra grupos marginalizados, além da intenção de possíveis atos de violência.

A operação foi desencadeada após a prisão preventiva do suspeito de liderar a célula nazista em Belo Horizonte, um homem de 20 anos. Ele é apontado como responsável por coordenar a atuação dos cúmplices nos demais municípios, organizando e planejando ações de inteligência e contrainteligência.

A célula investigada estaria envolvida em atos de apologia ao nazismo na internet, discriminação de grupos minoritários e discursos de ódio. Além disso, realizavam atos extremistas nos municípios de Belo Horizonte, Nova Lima, Poços de Caldas e Campinas, com a pichação de emblemas nazistas em edificações, veiculação de cartazes antissemitas, confronto e agressões de grupos minoritários, como a população LGBTQIA+ e os chamados antifas.

A investigação demonstrou que alguns membros da célula neonazista procuravam obter recursos financeiros para financiar suas atividades, através da venda online de emblemas neonazistas produzidos por impressão 3D e do tráfico de drogas.

As investigações continuam em curso.

Fonte por: CNN Brasil