Cinco diretores executivos debatem as tendências da inteligência artificial no mercado brasileiro
Especialistas indicam estratégias para o uso da IA nas empresas, com ênfase na inclusão e responsabilidade, considerando o impacto e a continuidade.
A inteligência artificial está ganhando espaço acelerado nas empresas brasileiras. Um levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) aponta que aproximadamente 80% das companhias do país já utilizam alguma aplicação de IA no cotidiano. Dentre aquelas que ainda não adotaram a tecnologia, 95% pretendem iniciar esse processo no próximo ano.
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A expansão acelerada demanda mais do que ferramentas automatizadas. A adoção da IA para gerar valor precisa contemplar segurança, estratégia, qualificação da equipe e respeito à diversidade.
Inclusão é uma prioridade.
Ronaldo Tenório, CEO e cofundador da Hand Talk, adverte que diversas ferramentas ainda não contemplam o público surdo. Na empresa, a inteligência artificial é utilizada para traduzir conteúdos para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), necessitando de atenção técnica e validação contínua por especialistas e usuários surdos.
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“Um dos principais desafios no uso da inteligência artificial está em garantir que ela seja realmente inclusiva. A acessibilidade não é um complemento — é uma parte essencial de qualquer solução tecnológica”, afirma Tenório.
A qualificação determina o valor estratégico.
A tecnologia, isoladamente, não gera vantagens competitivas. O impacto efetivo reside na habilidade das equipes em entender, utilizar e interpretar os recursos existentes.
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A IA está disponível para todos. O que distingue as empresas é a preparação da força de trabalho. Sem alfabetização em IA, não há como obter valor dos dados ou transformar operações, afirma Scherer.
Segurança, governança e contexto.
Marcelo Clara, diretor de tecnologia da Quod, destaca que a IA não é uma novidade, sendo uma tecnologia que expandiu sua aplicação devido ao crescimento dos dados, ao aumento do poder computacional e à disponibilidade de interfaces acessíveis. Ele ressalta que a responsabilidade no seu uso é um ponto crucial.
“O conteúdo não se gera de maneira aleatória. No ambiente de negócios, é preciso considerar a conformidade, a LGPD, a cibersegurança, o contexto estratégico e o impacto para o cliente”, explica Clara.
Parcerias em setores regulados
Marcelo Becher, líder de Product Marketing da SoftExpert, ressalta que a evolução na aplicação da IA necessita não apenas de investimento em tecnologia, mas também de colaborações com profissionais especializados. Ele menciona áreas como saúde e finanças, que necessitam de soluções com governança e adequação a requisitos regulatórios.
A inteligência artificial pode evitar riscos, otimizar processos essenciais e assegurar a aderência às normas. Contudo, é imprescindível planejamento e integração com fornecedores que conheçam os desafios operacionais de cada setor, segundo Becher.
IA nativa agiliza decisões.
Para Antonio Duarte, diretor executivo e cofundador da Nekt, a inteligência artificial integrou-se à estrutura dos negócios. Ele afirma que soluções com IA nativa estão democratizando o acesso a dados organizados, permitindo decisões mais rápidas e inteligentes.
A tendência deve se intensificar. O resultado será além da eficiência – é uma vantagem competitiva real, com crescimento acessível e escalável, afirma Duarte.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.












