Cientista político afirma que as investigações contra Bolsonaro são “vigorosas” e a prisão domiciliar seria uma “afronta”
Francisco Fonseca ressalta que, ao contrário da Operação Lava Jato, o caso segue o “devido processo legal” e a pena pode ultrapassar 40 anos.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por tentativa de golpe já está pronta para julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o cientista político Francisco Fonseca, as evidências do processo “são completamente vigorosas” e permitem prever uma condenação pesada. “Nós estamos na reta final, finalíssima, do processo. Um longo, volumoso processo, com muitas testemunhas e amplo direito de defesa”, afirma, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.
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Fonseca ressalta que, ao contrário da Lava Jato, o caso segue “o devido processo legal”, razão pela qual chega ao plenário somente no segundo semestre. A estimativa do professor é que a primeira turma do STF conclua o julgamento até setembro. Se condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado e associação criminosa, o ex-presidente pode receber uma pena superior a quatro décadas. “O rol de crimes é suficientemente grande para Bolsonaro pegar mais de 40 anos de prisão”, diz. Para ele, uma condenação firme do STF representará “um momento de justiça e de fortalecimento das instituições brasileiras”.
O cientista político considera essencial que a eventual punição seja cumprida em regime fechado. “A luta é para sua condenação e sua prisão no sistema prisional”. Para ele, transformar a pena em regime domiciliar feriria o senso de justiça e reforçaria privilégios. “Senão, como nós vamos justificar um milhão de presos, cujos muitos dos crimes são infinitamente inferiores aos cometidos pelo Bolsonaro?”, questiona.
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Fonseca também adverte sobre o risco de fuga caso não haja cerceamento. “É claro que Bolsonaro vai tentar fugir. Ele nunca foi de enfrentar”. O especialista recorda episódios nos quais o ex-mandatário buscou apoios no exterior e acredita que uma eventual monitoramento eletrônico não impediria novas investidas antidemocráticas. “Eu diria que até uma prisão preventiva seria importante”, completa, comparando o ex-presidente ao filho dele, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que “conspira contra o Brasil” nos Estados Unidos, e à deputada aliada Carla Zambelli (PL-SP), “outra fugitiva” nas palavras do cientista político.
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Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.