Cientista da Bahia lidera pesquisa inédita sobre tuberculose na Amazônia

Em Manaus, projeto analisa casos da doença em populações indígenas, integrando tecnologia avançada e atenção humanizada e já detectou novas infecções.

04/09/2025 16:28

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Cientista da Bahia lidera pesquisa inédita sobre tuberculose na Amazônia
(Imagem de reprodução da internet).

A pesquisadora baiana Beatriz Duarte lidera um estudo inédito sobre tuberculose em comunidades indígenas da Amazônia. Com 28 anos, a médica coordena, em Manaus, um dos maiores inquéritos epidemiológicos já realizados no Brasil com populações indígenas.

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A iniciativa reúne o Instituto de Pesquisa em Populações Prioritárias (IRPP), a Fiocruz e instituições locais. O objetivo é monitorar casos ativos, subclínicos e latentes da doença, utilizando tecnologias avançadas como radiografias portáteis com inteligência artificial e testes rápidos.

Até o momento, constataram-se mais de 14 casos ativos de tuberculose e dezenas de infecções em indígenas urbanos no Parque das Tribos e em aldeias do Tarumã Açu. Foram identificadas também coinfecções, incluindo HIV, sífilis e hepatites.

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A iniciativa transcende o diagnóstico. Estamos produzindo dados para embasar políticas públicas, além de prover cuidado imediato e humanizado às pessoas atendidas, conforme explica a pesquisadora.

A pesquisa é vista como um avanço por unir ciência e assistência em áreas historicamente desassistidas. Além do diagnóstico, o projeto abrange a formação de estudantes, a produção de evidências científicas e o apoio direto às políticas de saúde.

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Para a especialista, o enfrentamento da tuberculose na Amazônia é crucial para diminuir desigualdades e proteger comunidades indígenas de doenças preveníveis e tratáveis.

A doença em números

A CNN obteve informações sobre a doença na região e, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP), o estado contabilizou 2.270 casos de tuberculose entre janeiro e junho de 2025, número similar ao do mesmo período de 2024 (2.246).

Em nota, o órgão destacou que a doença não tem padrão sazonal, exigindo ações permanentes de prevenção.

O Ministério da Saúde comunicou que, no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Manaus, que abrange o território Tarumã Açu, foram administradas 3.503 doses da vacina BCG em crianças menores de 5 anos em 2025, alcançando 99,5% da população-alvo.

A partir de 2023, a unidade Polo Base Indígena Nossa Senhora da Saúde contabilizou apenas um registro de tuberculose, que foi tratado e curado.

O DSEI também anunciou que implementará busca ativa de indivíduos apresentando sintomas respiratórios, ações educativas e monitoramento contínuo.

O Ministério comunicou que, em 2024, o distrito realizou mais de um milhão de atendimentos a populações indígenas, representando um aumento de 21% em comparação com 2022.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.