Cid e Braga Netto apresentam divergências em negociação

Acusados não apresentaram versões convergentes sobre a reunião e o repasse de recursos.

24/06/2025 17:55

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Cid e Braga Netto apresentam divergências em negociação
(Imagem de reprodução da internet).

Na sessão do STF (Supremo Tribunal Federal), na terça-feira (24), o general Walter Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid apresentaram versões divergentes sobre dois pontos que justificaram o encontro direto: uma reunião que teria abordado uma tentativa de golpe de Estado e a entrega de uma pasta com dinheiro.

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Mauro Cid reiterou que recebeu do general Braga Netto, no Palácio da Alvorada, um valor em dinheiro transportado em uma sacola contendo vinho, destinado a ser repassado a militares.

Ele declarou que solicitou recursos ao general imediatamente após uma reunião sobre a viabilidade de uma mobilização em apoio à permanência de Jair Bolsonaro (PL) no cargo.

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Cid também reiterou que o ex-ministro forneceu o dinheiro para custear a viagem de manifestantes a Brasília após o PL se recusar a oferecer o valor.

O tenente-coronel afirmou que o general procurou alternativas para assegurar recursos após a entidade se recusar a arcar com despesas de transporte, hospedagem e passagens para apoiadores.

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Ele declarou ter orientado o Ciro Gomes a dialogar com o então tesoureiro do PL, Coronel Azevedo, que comunicou a inviabilidade do partido em oferecer o valor.

Após a recusa do tesoureiro do PL, o ex-ministro não mais se pronunciou sobre o tema e desmentiu a doação de valores em dinheiro ao tenente-coronel.

Cid reiterou que a sacola de vinho estava lacrada e, por isso, não viu o dinheiro, porém teria calculado o valor aproximado da quantia pelo peso da sacola.

Ao ser questionado pela defesa de Braga Netto sobre a omissão do suposto dinheiro repassado a ele no primeiro depoimento à PF, o tenente-coronel afirmou não ter se referido ao episódio devido estar “em choque” com a prisão de colegas no mesmo dia.

Cid reiterou na reunião que enviou dois coronéis para dialogar com o general Braga Netto acerca da insatisfação que ambos sentiam em relação ao resultado eleitoral. O ex-ministro assegurou que o encontro, na residência dele, “limitou-se a que ambos os militares o cumprimentassem”.

Braga Netto afirmou que todos deixaram o apartamento juntos com os militares, ao que Cid reiterou que chegou com os demais, mas saiu sozinho em um momento anterior aos coronéis.

Cid explicou ao advogado de Braga Netto que, inicialmente, a reunião de 12 de novembro de 2022 lhe pareceu uma manifestação de insatisfação em relação aos resultados das eleições.

Posteriormente, ao tomar conhecimento da operação “Punhal” e “Amarelo”, compreendeu que poderia ter sido algo mais grave e corrigiu seu depoimento anterior.

A reunião entre Cid e Braga Netto ocorreu na terça-feira. O objetivo da audiência era esclarecer versões contraditórias em seus depoimentos no âmbito da ação que apura uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O procedimento ocorreu em portas fechadas na sala do STF.

O julgamento ocorreu pessoalmente sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, com a participação do ministro Luiz Fux. O ministro permitiu a presença dos advogados dos réus na sessão, mas impediu a gravação de áudio e vídeo dos participantes na audiência.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.