Tenente-coronel compareceu a uma reunião com o general no STF na terça-feira.
O tenente-coronel Mauro Cid declarou, na terça-feira (24), que o montante que supostamente foi repassado pelo general Walter Braga Netto para ser destinado a militares foi determinado pela medida do saco de vinho.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A declaração foi feita durante audiência de conciliação dos dois no STF (Supremo Tribunal Federal). Na ocasião, Cid ressaltou que em nenhum momento o invólucro foi aberto.
Ao ser questionado pelo advogado do réu Braga Netto sobre o estado da sacola de vinho, o réu colaborador Mauro Cid afirmou que esta estava lacrada e, por isso, não teve oportunidade de verificar o dinheiro. Em seguida, respondendo ao mesmo advogado, o réu colaborador declarou que havia calculado o valor aproximado com base no peso da sacola, mas que ela nunca foi aberta.
Ele afirmou ter solicitado recursos ao general imediatamente após uma reunião sobre a viabilidade de uma mobilização em apoio à permanência de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência.
Eu procurei o general Braga Netto, pois sabia do que haviam planejado e falei: “General, não sei o que foi conversado ali, mas eles estão precisando de dinheiro”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Não me lembro da data, mas talvez uma ou duas semanas depois, o general Braga Netto me entrega dinheiro. Acredito que foi quando o De Oliveira esteve no Alvorada. Ele me entregou um… era tipo uma pequena garrafa de vinho como presente. Eu não contei, não sei quanto, estava grampeado e então o De Oliveira veio buscar o dinheiro. Então, eu peguei o dinheiro e passei para o De Oliveira.
Braga Netto, contudo, afirmou não ter recebido qualquer quantia.
Ao ser questionado sobre seu depoimento anterior, de 19 de novembro, Cid explicou que não detalhou a entrega do dinheiro naquele momento devido ao choque ainda sentindo-se após a prisão de seus companheiros.
O réu reiterou que seu estado de choque foi a razão pela qual não havia informado a Polícia Federal sobre a questão do dinheiro.
Os réus, ao serem questionados pelo ministro Alexandre de Moraes, reiteraram que discutiram a viabilidade de solicitar apoio ao PL, uma ideia originada com Mauro Cid.
Cid teria consultado Braga Netto, o qual recomendou que ele se comunicasse com o então tesoureiro do PL, Coronel Azevedo. O tesoureiro teria informado sobre a inviabilidade de disponibilizar qualquer valor.
A reunião entre Cid e Braga Netto ocorreu na terça-feira. O objetivo da audiência era esclarecer versões conflitantes em seus depoimentos no âmbito do processo que apura uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O procedimento ocorreu em ambiente fechado na sala de audiências do Supremo.
A reunião ocorreu pessoalmente com o relator, Moraes, e contou com a presença do ministro Luiz Fux.
O juiz responsável permitiu a participação dos defensores dos acusados na citação, porém impediu o registro de áudio e vídeo dos presentes na audiência.
Sob a supervisão de Douglas Porto.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.