O tenente-coronel Mauro Cid declarou, em 14 de maio, que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve contato e examinou o documento golpista que previa a anulação das eleições e a detenção de membros do Supremo Tribunal Federal, em 2022. A referida minuta ficou popularmente conhecida como o plano do golpe.

Cid compareceu novamente para prestar depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pela condução das ações penais referentes aos núcleos 2, 3 e 4 da trama golpista. Ele foi indiciado pela Procuradoria-Geral da República, instância acusatória.

O militar, que atuou como ajudante de ordens no governo Bolsonaro e é delator nas investigações, declarou que Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do ex-presidente e réu no processo, conduziu um jurista a duas reuniões com Bolsonaro para apresentação do documento golpista.

Cid afirmou que, na reunião, Bolsonaro leu o documento e solicitou modificações. O denunciante relata que o documento previa o alvo de prisões de ministros do Supremo, incluindo Alexandre de Moraes, e do então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), porém foi alterado para contemplar apenas a prisão de Moraes.

O documento consistia em duas seções. A primeira seção abordava os fundamentos, incluindo possíveis interferências do STF e do TSE no processo eleitoral. A segunda, tratava da prisão de autoridades e da decretação de eleições.

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Mauro Cid comparece à audiência por videoconferência. Sob determinação do ministro, não são autorizadas filmagens, gravações de áudio e vídeo, nem transmissão ao vivo. Entretanto, os advogados dos acusados e a imprensa podem acompanhar o depoimento.

A investigação do esquema fraudulento avança com o início da oitiva de testemunhas designadas pelas defesas, distribuídas em três núcleos. As declarações prosseguirão até o dia 23 de julho.

Em dezembro passado, o Supremo Tribunal Federal ouviu os depoimentos das testemunhas do Núcleo 1, composto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e sete indivíduos associados a ele.

Fonte por: Carta Capital