China registra expansão econômica de 5,2% no segundo trimestre, mesmo com a disputa comercial

O presidente dos EUA elevou as apostas na segunda-feira, alertando aos parceiros comerciais da Rússia que aplicará tarifas “muito severas”, podendo atin…

15/07/2025 15:07

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A container ship arrives at the port in Lianyungang, in China’s eastern Jiangsu province on July 14, 2025. China's exports rose more than expected in June, official data showed on July 14, after Washington and Beijing agreed a tentative deal to lower swingeing tariffs on each other. (Photo by AFP) / China OUT / CHINA OUT
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A economia chinesa registrou um crescimento de 5,2% no segundo trimestre do ano, conforme dados oficiais divulgados nesta terça-feira (15), em linha com as projeções, devido ao bom desempenho das exportações e apesar da disputa comercial com os Estados Unidos. O governo da segunda maior economia do mundo conduz uma luta em múltiplas frentes para sustentar o crescimento econômico, um desafio que se viu ampliado pela política tarifária do presidente americano Donald Trump.

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O presidente americano implementou tarifas na China e nos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos desde seu retorno ao cargo em janeiro, colocando em risco as exportações chinesas em um momento em que Pequim depende mais delas para impulsionar a atividade econômica. Washington e Pequim têm buscado reduzir as tensões comerciais após um acordo alcançado em negociações realizadas em Londres no mês passado, porém, especialistas alertam para uma incerteza contínua.

Trump elevou as apostas na segunda-feira, alertando aos parceiros comerciais da Rússia que a imposição de tarifas “muito severas”, chegando a 100%, ocorrerá se Moscou não encerrar sua guerra na Ucrânia dentro de 50 dias. A China criticou a ameaça de Trump e reiterou que é favorável a uma solução política na Ucrânia. “A coerção ou as pressões não resolvem os problemas”, declarou Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim.

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Ocidentais instam a China – um parceiro comercial relevante da Rússia – a usar sua influência e convencer Vladimir Putin a cessar sua guerra de três anos contra a Ucrânia. Os números oficiais publicados nesta terça-feira indicaram que a economia chinesa expandiu-se 5,2% no segundo trimestre, conforme projeção de um levantamento da AFP com especialistas na semana anterior.

As vendas no varejo, importante indicador de consumo, registraram alta de 4,8% em relação ao ano anterior, inferior à projeção de 5,3% em levantamento da Bloomberg com economistas, o que indica que as iniciativas para estimular o consumo doméstico não estão gerando o efeito desejado. No entanto, o aumento da produção industrial foi de 6,8%, acima da estimativa de 5,6%.

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A economia do país resistiu à pressão e apresentou uma melhora contínua, apesar dos desafios, declarou o vice-diretor do Departamento Nacional de Estatísticas, Sheng Laiyun, em coletiva de imprensa. “A produção e a demanda cresceram de forma constante, o emprego manteve-se geralmente estável, a renda das famílias continuou a aumentar, os novos motores de crescimento testemunharam um desenvolvimento robusto e o desenvolvimento de alta qualidade alcançou novos avanços”, afirmou.

Diálogo

Dados da Administração Geral de Alfândega da China, divulgados na segunda-feira (14), indicaram que as exportações aumentaram significativamente mais do que o esperado em junho (5,8% em termos anuais e 32,4% em relação ao mês anterior), com o apoio da trégua comercial entre Washington e Pequim.

As importações também aumentaram 1,1%, acima do progresso esperado de 0,3%, o que representa o primeiro crescimento do ano. O oficial da alfândega Wang Lingjun declarou em coletiva de imprensa na segunda-feira que Pequim esperava que os Estados Unidos continuassem a cooperar com a China na mesma trajetória, conforme relatado pela emissora estatal CCTV.

A cessão tarifária foi “duramente conquistada”, afirmou Wang. “Não há saída por meio de chantagem e coerção. Diálogo e cooperação são o caminho certo”, ressaltou. Diversos analistas, contudo, preveem um crescimento mais lento nos próximos seis meses, com uma demanda interna frágil como principal obstáculo.

“Os dados provavelmente ainda superestimam a força do crescimento”, afirmou Zichun Huang, economista para a China na Capital Economics, em um comunicado. “Com as exportações destinados a desacelerar e o impulso de apoio fiscal prestes a desaparecer, é provável que o crescimento desacelere ainda mais durante a segunda metade deste ano”.

Os dados divulgados na semana passada indicaram que o Índice de Preços ao Consumidor registrou leve aumento na China em junho, interrompendo uma série de deflação de quatro meses. O Índice de Preços ao Produtor, que mede o valor dos produtos no atacado quando saem das fábricas, caiu 3,6% em termos anuais no mês passado, o que prolongou uma sequência negativa que já dura vários anos. Os economistas afirmam que a China precisa mudar para um modelo de crescimento mais impulsionado pelo consumo interno do que pelos motores tradicionais de investimentos em infraestrutura, indústria manufatureira e exportações.

Com informações da AFP Publicado por Carolina Ferreira

Fonte por: Jovem Pan

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.