Exercícios Militares da China em Torno de Taiwan
A China conduziu, nesta terça-feira (30), no horário local, 10 horas de exercícios militares com disparos reais ao redor de Taiwan. Essa atividade marca o segundo dia dos maiores exercícios de guerra já realizados por Pequim na região, com o intuito de cortar rapidamente os laços de apoio externo em caso de conflito.
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O Comando do Teatro Oriental anunciou que os exercícios se estenderiam até as 18h, abrangendo o mar e o espaço aéreo de cinco áreas ao redor da ilha. A ação demonstra a determinação das Forças Armadas chinesas em “combater o separatismo e promover a unificação sem hesitação”.
Na segunda-feira (29), a Administração de Segurança Marítima da China designou mais duas zonas para disparos reais, tornando a operação “Missão Justiça 2025” a maior em termos de área coberta e mais próxima de Taiwan do que manobras anteriores.
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Contexto dos Exercícios
Os exercícios começaram 11 dias após os Estados Unidos anunciarem um pacote recorde de US$ 11,1 bilhões em armamentos para Taiwan, o que gerou a indignação do Ministério da Defesa chinês e alertas de que o Exército adotaria “medidas enérgicas” em resposta.
Desde 2022, após a visita da então presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a China tem realizado manobras com o objetivo de ensaiar um cerco rápido a Taiwan, visando destruir seus estoques de armas e impedir reabastecimentos do Japão ou de bases americanas próximas.
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Um alto funcionário da segurança de Taiwan, que preferiu não se identificar, afirmou que essas ações constituem uma provocação à situação internacional. Ele destacou que, como uma das rotas marítimas mais críticas do mundo, a China busca remodelar a ordem internacional conforme sua própria agenda.
Monitoramento e Reações
O funcionário também mencionou que Taipé está atenta a possíveis “novas provocações” durante os exercícios, incluindo o sobrevoo de mísseis sobre Taiwan, semelhante às manobras de 2022. “A China está tentando afirmar domínio sobre toda a cadeia de ilhas por meio de táticas de pressão extrema”, declarou o oficial.
Os militares chineses informaram que mobilizaram destróieres, bombardeiros e outras unidades para treinar ataques a partir do mar, defesa aérea e operações antissubmarino, com o objetivo de “testar a capacidade das forças navais e aéreas de coordenar ações para contenção e controle integrados”.
Taiwan, por sua vez, rejeita a reivindicação de soberania da China e afirma que apenas seu povo pode decidir o futuro da ilha.
