China impõe sanções a unidades da Hanwha Ocean
A China anunciou sanções contra cinco unidades americanas da Hanwha Ocean, um grupo sul-coreano do setor naval. Essa medida representa uma nova escalada nas tensões comerciais com os Estados Unidos, em meio à preparação para futuras negociações entre os dois países.
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A decisão gerou uma reação imediata nos mercados financeiros. As ações da Hanwha caíram drasticamente na Bolsa de Seul, enquanto estaleiros chineses experimentaram uma valorização. Este episódio é mais um capítulo na disputa por influência no setor marítimo global, que é responsável pela maior parte do comércio internacional.
As autoridades chinesas afirmaram que as subsidiárias da Hanwha teriam colaborado com investigações conduzidas por Washington sobre a indústria naval da China, o que comprometeria interesses considerados estratégicos por Pequim.
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Disputa no setor naval
O setor naval é um dos principais focos da disputa entre Estados Unidos e China. Os EUA buscam reativar sua indústria com apoio internacional, especialmente da Coreia do Sul. Em contrapartida, a China já domina uma parte significativa da produção global de embarcações e tenta limitar a influência americana no mercado asiático.
A Hanwha havia manifestado apoio público a investigações do Escritório do Representante de Comércio dos EUA, o que pode ter motivado a retaliação por parte da China. A empresa declarou que está avaliando os possíveis impactos dessa medida em seus negócios.
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Críticas de Scott Bessent
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, criticou a reação da China, afirmando que as restrições severas a exportações de insumos críticos, como terras raras, prejudicam as cadeias produtivas globais. Para ele, essa ação é uma tentativa de pressionar parceiros comerciais em um momento de fragilidade da economia chinesa.
Bessent também destacou que, ao atacar setores estratégicos dos EUA e de seus aliados, a China estaria comprometendo sua própria posição no mercado internacional. Ele alertou que, se a intenção for desacelerar o comércio global, a China também enfrentará consequências.
Possíveis respostas dos EUA
As novas restrições surgem a poucos dias de um possível encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, previsto para o final do mês, durante a reunião da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, na Coreia do Sul.
Autoridades americanas indicaram que o governo já está preparando medidas de resposta caso não haja avanços nas negociações. Entre as propostas está a exigência de licenças para exportações de software para a China, o que pode impactar diretamente setores industriais estratégicos do país asiático.