China inicia a construção da maior hidrelétrica do mundo, com custo de US$ 170 bilhões

O início do empreendimento hidrelétrico foi visto pelas autoridades chinesas como evidência de incentivo econômico.

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(Imagem de reprodução da internet).

O primeiro-ministro da China, Li Qiang, anunciou o início da construção da maior usina hidrelétrica do mundo, localizada na borda leste do Planalto Tibetano, com um custo estimado de pelo menos US$ 170 bilhões, conforme reportado pela agência de notícias oficial Xinhua.

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O lançamento do projeto hidrelétrico, o mais audacioso da China desde a usina de Três Gargantas no rio Yangtzé, foi visto pelos mercados chineses como um sinal de estímulo econômico, elevando os preços das ações e os juros dos títulos nesta segunda-feira (21).

Composta por cinco usinas hidrelétricas em cascata com capacidade para produzir 300 bilhões de quilowatts-hora de eletricidade por ano, o que equivale à quantidade de eletricidade consumida pelo Reino Unido no ano passado, a barragem estará localizada na parte inferior do Yarlung Zangbo.

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Uma parte do rio desaba em 2 mil metros ao longo de uma extensão de 50 km, apresentando um grande potencial hidrelétrico.

Índia e Bangladesh já levantaram preocupações sobre o possível impacto do projeto para milhões de pessoas a jusante, enquanto ONGs alertaram sobre o risco para um dos ambientes mais ricos e diversos do planeta.

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Pequim declarou que a energia hidrelétrica contribuirá para suprir a demanda energética no Tibete e no restante da China, minimizando os impactos no fornecimento de água a jusante e no meio ambiente. Os projetos estão programados para a década de 2030.

O Índice CSI Construction & Engineering da China subiu 4%, registrando a maior alta em sete meses. As ações da Power Construction Corporation of China e do Arcplus Group PLC avançaram até o limite diário de 10%.

“Sob a ótica do investimento, os projetos hidrelétricos maduros proporcionam dividendos comparáveis aos de ações”, afirmou Wang Zhuo, sócio da Shanghai Zhuozhu Investment Management, ao mesmo tempo em que alertou que a compra especulativa de ações correlacionadas impulsionaria as avaliações.

O projeto estimulará a procura por materiais de construção, incluindo cimento e explosivos civis, informou a Huatai Securities em relatório aos clientes.

As ações da Hunan Wuxin Tunnel Intelligent Equipment Co, sediada em Pequim, apresentaram um aumento de 30%. O mesmo desempenho foi observado nas ações da Geokang Technologies Co Ltd, fabricante de terminais de monitoramento inteligente.

A fabricante de cimento Xizang Tianlu Co Ltd e a Tibet GaoZheng Explosive Co, produtora de materiais explosivos civis, tiveram seus lucros ampliados em até 10%.

Consequências abrangentes.

O primeiro-ministro chinês considerou a energia hidrelétrica como um “projeto do século” e afirmou que “deve ser dada ênfase à conservação ecológica para evitar danos ambientais”.

Os investimentos em títulos públicos tiveram alta em todas as faixas na segunda-feira, com os contratos futuros do Tesouro de 30 anos atingendo níveis mínimos de cinco semanas, devido à interpretação dos investidores de que as notícias faziam parte do estímulo econômico da China.

O projeto, sob a responsabilidade do grupo estatal China Yajiang, representa um significativo aumento do investimento público visando impulsionar o crescimento econômico, considerando que os instrumentos atuais apresentam sinais de vulnerabilidade.

Com 10 anos de desenvolvimento, o incremento do investimento/PIB poderia atingir 120 bilhões de iuanes (US$ 16,7 bilhões) em um único ano, afirmou o Citi em comunicado. Os ganhos econômicos efetivos podem exceder esse valor.

A China não apresentou uma estimativa do número de empregos que o projeto poderia gerar.

A conclusão das Três Gargantas, que demandou quase duas décadas, resultou em aproximadamente um milhão de empregos, conforme reportado pela mídia oficial, ainda que tenha causado o deslocamento de um número igualmente grande de indivíduos.

Fonte por: CNN Brasil

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.

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