China aumenta tarifa para até 34,9% sobre uísque europeu

O ministro do Comércio chinês afirmou que o conhaque estava sendo comercializado a preços excessivamente baixos, o que representava uma ameaça à indústr…

08/07/2025 7:01

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China aumenta tarifa para até 34,9% sobre uísque europeu
(Imagem de reprodução da internet).

A China aplicou tarifas anti-dumping de até 34,9% sobre o conhaque importado da União Europeia. A ação entrou em vigor no sábado (5.jul.2025) e intensifica as tensões comerciais após a restrição na participação de empresas chinesas no mercado europeu de equipamentos médicos.

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O Ministério do Comércio da China anunciou na sexta-feira (4.jul) que uma investigação revelou que o conhaque fabricado na UE foi comercializado na China a preços artificialmente baixos, representando uma “ameaça substancial de dano material” para a indústria nacional. A decisão final do ministério estabeleceu as margens antidumping – prática comercial de vender produtos abaixo do seu custo – de 27,7% a 34,9%.

Nos próximos cinco anos, a França, Irlanda e Holanda serão afetadas por tarifas punitivas: Martell (27,7%), Hennessy (34,9%) e Rémy Martin (34,3%). Em total, 61 empresas da União Europeia que participaram da investigação serão impactadas com uma alíquota de 32,2%, enquanto todos os demais produtores do bloco estarão sujeitos à alíquota máxima de 34,9%.

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O Ministério comunicou que certas empresas apresentaram propostas de preços após a decisão inicial, disponibilizando-se a vender conhaque na China por valores mínimos ou superiores aos combinados. As autoridades chinesas aceitaram essas ofertas, possibilitando evitar as medidas antidumping mediante o cumprimento dos acordos.

Infringimentos, como a venda abaixo do preço previamente estabelecido, acarretarão a aplicação integral dos direitos antidumping. Um total de 34 empresas da UE, incluindo os três maiores produtores, estão abrangidas por tais acordos.

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Um porta-voz do ministério destacou a preferência da China pelo diálogo em detrimento do confronto, considerando a aceitação dos compromissos de preços como evidência da disposição de Pequim em solucionar controvérsias comerciais por meio de negociações.

O conhaque permanece a bebida destilada mais importada da China, respondendo por aproximadamente 60% em 2024. Contudo, tanto o volume quanto o valor sofreram uma queda acentuada em 2025. As importações totalizaram US$ 130 milhões nos primeiros cinco meses, correspondendo a apenas 24% de todas as importações de bebidas destiladas.

A França, principal produtora mundial de conhaque, lidera o mercado chinês. De janeiro a maio, a China importou US$ 129 milhões em conhaque francês – que representou 97,7% de suas importações de conhaque, segundo dados alfandegários.

A investigação antidumping da China sobre o conhaque da UE iniciou-se em novembro de 2023, após denúncia da Associação Chinesa de Bebidas Alcoólicas. Uma decisão preliminar em agosto de 2024 confirmou o dumping, porém não aplicou sanções imediatas. Em outubro, os importadores foram obrigados a apresentar garantias de até 39%, como medida temporária.

As tensões entre Pequim e Bruxelas ressurgiram em 20 de junho, após a Comissão Europeia proibir empresas chinesas de participar de licitações em contratos públicos da UE com valor superior a 5 milhões de euros, justificando a medida como resposta à discriminação enfrentada por empresas europeias no mercado de saúde da China.

O Ministério das Relações Exteriores da China criticou a medida da UE como “protecionista e hipócrita”. O porta-voz Guo Jiakun afirmou que Bruxelas deveria honrar seus compromissos com a abertura do mercado e cumprir as regras da OMC. Declarou que a China defenderá firmemente os direitos de suas empresas.

Esta reportagem foi originalmente publicada em inglês pela Caixin Global em 5 de julho de 2025. Foi traduzida e republicada pelo Poder360 por acordo mútuo de compartilhamento de conteúdo.

Fonte por: Poder 360

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.