China adquire soja dos EUA antes do encontro Trump-Xi, afirmam fontes; preços disparam em Chicago

Futuros da soja em Chicago atingem o maior preço em 15 meses nesta semana, surpreendendo o mercado com uma alta significativa.

29/10/2025 9:55

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(Imagem de reprodução da internet).

Cofco Adquire Soja dos EUA em Meio a Tensões Comerciais

A estatal chinesa Cofco realizou a compra de três cargas de soja dos Estados Unidos, conforme informado por duas fontes comerciais. Essas aquisições marcam as primeiras do país na safra americana deste ano, ocorrendo pouco antes de uma cúpula entre os líderes Donald Trump e Xi Jinping.

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A ausência de compras chinesas tem gerado perdas significativas para os agricultores americanos, que apoiaram Trump em suas campanhas presidenciais.

O acordo da Cofco envolve o embarque de aproximadamente 180 mil toneladas métricas de soja para dezembro e janeiro, sendo a primeira compra desse tipo feita pela China em meses. No entanto, os traders não esperam uma recuperação substancial na demanda por cargas dos EUA, especialmente após as recentes grandes compras de soja sul-americana.

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A Cofco não respondeu a um pedido de comentário da Reuters.

Expectativas de Mercado

Um trader de uma empresa de comércio internacional destacou que a Cofco começou a adquirir grãos americanos antes mesmo de um possível acordo comercial entre os líderes. “Os volumes reservados pela Cofco não são tão grandes, três cargas por enquanto”, afirmou.

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Os preços dos futuros da soja em Chicago subiram para o maior patamar em 15 meses, recuperando-se de mínimas recentes devido a expectativas de um acordo comercial entre EUA e China.

A principal temporada de exportação de soja dos EUA ocorre de outubro a janeiro, mas a China tem evitado a soja americana, optando por fornecedores sul-americanos em meio a tensões comerciais. A Reuters foi a primeira a noticiar a compra das três cargas pela China.

Demanda e Preferências

A China, responsável por mais de 60% das importações globais de soja, quase esgotou suas reservas de cargas do Brasil e da Argentina até novembro, com compras limitadas previstas para dezembro e janeiro. Um trader mencionou que os fornecedores norte-americanos perderam a maior parte dos negócios de esmagamento de sementes oleaginosas, prevendo que a China necessitará de cerca de 5 milhões de toneladas de cargas nesse período.

A soja dos EUA, que foi negociada com um desconto significativo em relação às cargas brasileiras, se valorizou e agora está cotada em paridade a cerca de US$ 2,45 por bushel acima dos futuros de Chicago. Jeffrey Xu, gerente geral da OCI, comentou que os compradores privados chineses preferem a soja brasileira devido ao seu maior teor de proteína, que geralmente traz um prêmio sobre a soja americana.

Apesar disso, a China pode adquirir cerca de 8 milhões de toneladas de soja dos EUA para suas reservas estratégicas entre dezembro e maio, comprando por meio de empresas estatais como a Sinograin, o que representaria um valor aproximado de US$ 4 bilhões.

Autor(a):

Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.